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Ações ou debêntures da Eletrobras: qual escolher para alcançar maior rentabilidade?
Investir na Eletrobras pode ser feito por meio de ações ou debêntures. As debêntures incentivadas oferecem retorno de 10,25% ao ano, enquanto as ações subiram 13% em 12 meses. Especialistas explicam que as ações têm maior potencial de valorização no curto prazo, mas as debêntures oferecem maior previsibilidade. A escolha depende do perfil de risco e do horizonte de investimento do investidor.
Empresas citadas na reportagem:
Os interessados em investir no setor elétrico têm a Eletrobras como uma das opções óbvias. Além da ELET6 – ações da companhia vendidas na bolsa –, o investidor pode recorrer também às debêntures da empresa.
Atualmente, investir no setor elétrico pode ser uma boa opção, dadas as condições macroeconômicas.
Nesse sentido, especialistas consultados pela Inteligência Financeira explicam quais ativos são mais rentáveis. Além disso, mostram como cada um deles pode ser usado para compor a carteira.
Rentabilidade das debêntures da Eletrobras e da ELET6
As debêntures incentivadas da empresa com vencimento em setembro de 2031 têm taxas perto dos 5,75% ao ano mais o IPCA. Ou seja, retorno total de 10,25% ao ano.
Por outro lado, as ações da empresa subiram 13% em 12 meses. Levando em conta o desconto do Imposto de Renda, de 15% para operações comuns, a rentabilidade da ação foi de 11%.
Anteriormente, em 2022, os papéis subiram 36% em 2022. Assim, o ganho foi de 30%.
Riscos e retornos
Assim, as ações foram mais rentáveis que as debêntures. Contudo, é preciso estar atento a alguns pontos. Primeiro que ganhos passados não indicam rentabilidade futura.
Nesse sentido, na renda variável, o desempenho futuro dos ativos é bastante incerto. Ele pode variar acima ou abaixo da performance anterior.
Preços futuros das ações da Eletrobras
Um levantamento da Investing aponta que o preço das ações da Eletrobras pode subir 57% em 12 meses, segundo a média das análises de mercado.
Contudo, como informado anteriormente, esses números são bastante incertos.
O que o mercado parece ter certeza é que os papéis avançarão mais do que nos últimos 12 meses. Ou seja, devem subir acima dos 13% registrados entre agosto de 2023 e o mesmo mês de 2024.
Assim, as ações devem seguir mais atraentes no curto prazo.
Tributação para ações, debêntures e dividendos
Ganhos | Tributação |
Valorização de ações para operações comuns | 15% |
Valorização de ações para operações de day trade | 20% |
Ganhos com dividendos | Sem tributação |
Ganhos com debêntures incentivadas | Sem tributação |
Como investir na Eletrobras no curto prazo?
No curto prazo, o que há para o investidor da Eletrobras são as ações. As debêntures servem ao longo prazo.
“O caminho mais rentável (para o investidor da Eletrobras) é através de dividendos e uma boa gestão do timing da ação”, diz Marcos Duarte, analista da Nova Futura.
Ou seja, adquirir as ações da companhia, receber os dividendos e vender na hora certa. O problema está exatamente nesta última parte. Afinal, não existe certeza sobre quando é a hora certa para a operação de venda.
Para Anderson Santos, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital, “no curto prazo, o mercado de energia está mais favorável, o que pode beneficiar as ações da Eletrobras”.
Motivos para otimismo com a Eletrobras
Nesse sentido, o Itaú BBA divulgou relatório explicando a combinação de fatores que pode elevar preços de energia no Brasil e beneficiar a Eletrobras. Um deles é a diminuição do volume disponível em reservatórios de água. Além disso, temperaturas acima da média nos próximos meses aumentarão a demanda.
Assim, o setor de energia como um todo deve ser beneficiado na bolsa de valores.
Debêntures da Eletrobras oferecem previsibilidade
No entanto, as debêntures da Eletrobras oferecem maior previsibilidade que as ações da empresa.
“Para aqueles investidores mais conservadores, o uso de debêntures incentivadas na linha dessa previsibilidade é o caminho mais ideal. Embora não seja o mais rentável”. A afirmação é de Duarte, da Nova Futura.
Interesse crescente pela renda fixa
Para Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, atualmente, a renda fixa está fazendo mais sentido para o investidor. Não apenas para a Eletrobras, mas de maneira geral. Isso porque os ganhos são comparáveis ao da renda variável e os riscos muito menores.
“A gente vê títulos de crédito privado sendo muito demandados, enquanto as ações de todas as empresas estão com interesse menor que o histórico. Além disso, a tendência é que esse movimento continue depois do movimento do Copom, de alta de juros.”
Médio e longo prazos para ELET6 e debêntures da Eletrobras
No médio e longo prazos, as ações da Eletrobras continuam tendo maior potencial de valorização, diz Santos. “Especialmente com a reestruturação da empresa e a recuperação dos preços de energia”, acrescenta. Esses fatores circunstanciais mexem positivamente no valor das ações, enquanto as debêntures não são afetadas.
Nesse sentido, as debêntures da Eletrobras “continuam sendo a opção mais estável, mas com retornos limitados”.
Duarte, da Nova Futura, também entende que no médio e longo prazos, a melhor opção é a renda variável. Além da valorização dos papéis, ele destaca o pagamento de dividendos, “uma vez que o setor elétrico é um dos campeões em pagamentos de proventos”.
“Então, mesmo que tenha parte de sua administração pública, a Eletrobras ainda é uma das queridinhas dos investidores de longo prazo”, acrescenta Duarte.
Dividendos da Eletrobras
Para Santos, a ELET6 tem potencial para distribuir dividendos consistentes no longo prazo, “especialmente com melhoria da eficiência operacional e uma política de dividendos mais atrativa após a privatização”.
Contudo, Cruz, da RB, pondera que a empresa está passando por transformação após sua privatização. E isso pode arrefecer o ânimo com o pagamento de dividendos da Eletrobras. Ainda que temporariamente.
Outras opções em renda fixa envolvendo a Eletrobras?
Os analistas explicam que, a depender do cenário, pode ser que a Eletrobras esteja presente como cota de algum fundo de investimento ou em algum projeto que envolva CRI ou CRA.
Porém, essas condições “são bem menos comuns, para não dizer raros, nesse segmento”, explica Duarte.
Análise dos bancos sobre as ações da Eletrobras
O BofA aponta que as ações da Eletrobras oferecem um bom risco-retorno em meio à incerteza macro. Contudo, aconselha um equilíbrio de riscos com a inclusão da Sabesp em uma carteira do setor de utilities.
“No micro, ELET6 é o nome mais alavancado para a tendência de alta dos preços da energia”. Para o banco, a Sabesp oferece um “caso de investimento atraente” após sua privatização.
O Itaú BBA colocou as ações da Eletrobras na sua lista de top picks. Isso por conta da alta probabilidade de chuvas abaixo da média e temperaturas acima do esperado no próximos meses. Assim, os preços da energia poderão sofrer novas revisões para cima.
Nesse cenário, o BBA diz que “a Eletrobras é o principal player a se beneficiar disso”.
Investir no setor elétrico: o que esperar
Para Santos, da Matriz, a ELET6 tem grande potencial de valorização, especialmente no longo prazo, devido à reestruturação e ao processo de privatização.
No entanto, pensando em investir no setor elétrico, “empresas privadas já consolidadas no setor podem oferecer mais previsibilidade e estabilidade no curto prazo. A decisão depende dos objetivos de investimento”, diz o especialista.
Para Cruz, da RB, “a Equatorial está com um momento melhor que a Eletrobras, pensando em ações” após a aquisição da Sabesp e os potenciais de ganhos no longo prazo.
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