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A Embraer (EMBR3) deve mostrar resultados trimestrais mais modestos, levantando preocupações sobre suas projeções. A XP indica que gargalos na cadeia de suprimentos podem afetar as entregas. Apesar disso, o BTG Pactual mantém recomendação de compra, destacando a carteira de pedidos firmes e a capacidade de cumprir seu guidance. O Bradesco BBI e o Citi elevaram os preços-alvo para os recibos de ação da Embraer negociados na Bolsa de Nova York.
Maior alta do Ibovespa em 2024, com ganhos de 115% no ano, a Embraer (EMBR3) deve mostrar resultados trimestrais mais modestos. É o que indica relatório de entregas divulgado na sexta-feira (18) e escrutinado por alguns agentes do mercado.
Assim, os dados levantaram algumas dúvidas quanto ao fôlego da companhia. Ou seja, se ele se manterá depois de a empresa mais que dobrar de valor na bolsa.
Segundo a XP, as entregas comerciais da Embraer (EMBR3) no terceiro trimestre levantam preocupações sobre as projeções para este ano, uma vez que poderiam ser afetadas por contínuos gargalos na cadeia de suprimentos.
As entregas da Embraer no 3T24 aumentaram 33% ano contra ano e 24% na comparação trimestral. Assim, foram totalizadas 59 unidades entregues, sendo 16 comerciais, 41 executivas e 2KC-390 no segmento de defesa. Apesar disso, os números totais apontam desaceleração.
Com isso, a indicação da XP para as ações da empresa é neutra e o preço-alvo é de R$ 45 para as ações da Embraer (EMBR3). Com isso, há potencial de queda de 6% em relação ao último fechamento.
Segundo os analistas da XP, embora a carteira de pedidos tenha mostrado “sólida melhoria”, especialmente em defesa, o múltiplo atual 8,5 vezes o Ebtida já reflete “de forma justa as expectativas de crescimento daqui para frente”.
A Guide, do Safra, aponta que “as unidades comerciais” ficaram duas unidades abaixo da expectativa”.
Ainda assim, a Guide reconhece bom desempenho no setor comercial, com dez unidades além do esperado. Contudo, vê o cenário como neutro para a companhia brasileira.
Visões mais otimistas para ações da Embraer
A carteira de pedidos firmes (backlog) da empresa fechou o terceiro trimestre em US$ 22,7 bilhões, alta de 27% na comparação anual e valor recorde em nove anos.
Nesse sentido, o BTG Pactual diz que mantém recomendação de compra e diz que a Embraer segue como “uma das principais” recomendações no segmento de transporte e bens de capital.
Apesar da desaceleração no terceiro trimestre, o BTG prevê “um desempenho mais robusto no quarto trimestre”.
A Embraer “agora precisa entregar 30 (aeronaves) comerciais e 39 executivas para atingir o limite inferior do seu guidance para o ano fiscal de 2024”, acrescenta o relatório do BTG.
Motivos para confiar na Embraer
Além das entregas, o BTG se diz confiante na Embraer por conta da capacidade de a empresa “cumprir seu guidance em outras métricas importantes, incluindo Ebitda e geração de caixa, respaldada pela sua alavancagem operacional”.
Segundo o BBA, a preferência pelas ações da Embraer (EMBR3) no setor tem a ver com a capacidade que a empresa tem demonstrado de atender demandas globais por suas aeronaves.
O banco se fia no potencial da empresa para 2025, ao projetar “crescimento significativo no resultado operacional (Ebitda)” para o ano que vem. Além disso, o BBA destaca a “competitividade” da Embraer diante de seus pares no mercado global.
Bradesco e Citi elevam preços-alvo para EMBR3
Depois do relatório de entregas, o Bradesco BBI elevou o preço-alvo dos recibos de ação (ADRs) de Embraer negociados na Bolsa de Nova York (Nyse).
Assim, o preço passou de US$ 40 para US$ 43, com potencial de alta de 27% sobre o fechamento de sexta-feira (18).
Dessa maneira, o BBI reitera recomendação de compra para o papell.
Os analistas do banco indicaram que os números foram robustos e que a desaceleração em algumas linhas está relacionada com sazonalidades.
Nesse sentido, o Citi também se mostrou animado com a Embraer, indicando que as entregas no segmento militar mostra oportunidade de novas fontes de receita no longo prazo.
O Citi manteve a indicação de compra para os papéis e um preço-alvo de US$ 40 por recibo de ação (ADR), potencial de alta de 18%.
O valor se baseia em um múltiplo de cerca de dez vezes aplicado ao Ebitda ajustado de 2025.