Embraer disputa até parafuso com montadoras e diz que poderia ter entregado mais

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Durante a conferência de resultados, realizada nesta quinta-feira (27), a Embraer (EMBR3) afirmou que espera aumentar suas entregas de aviões em 18% neste ano. Contudo, reconheceu que os riscos na cadeia de suprimentos persistem em 2025. As provisões apresentadas pela empresa foram avaliadas por alguns analistas como conservadoras.
Ainda assim, as ações registravam forte valorização na bolsa após a conferência.
A fabricante de aviões terminou 2024 com o maior faturamento de sua história: US$ 6,4 bilhões. Mesmo com o resultado negativo no quarto trimestre de 2024, dada a depreciação do real contra o dólar.
Dificuldades na cadeia de suprimentos
Os resultados de 2024 animam, mas não apagam a persistência de uma questão central para que a companhia mantenha o bom humor do mercado. As dificuldades na cadeia de suprimentos são o ponto de atenção.
O CEO da companhia, Francisco Gomes Neto disse, durante a conferência de resultados, que há um cenário melhor quanto ao fornecimento de insumos para a produção de aeronaves.
Porém, há questões a serem resolvidas. “No setor de motores, houve melhorias, mas tem motores específicos que estão sofrendo, sim, quanto ao cronograma”, reconhece.
“Até parafuso está sendo um desafio, porque as montadoras estão aumentando sua produção e colocam pressão na cadeia”, diz Gomes Neto.
EMBR3 poderia ter entregado mais, diz CEO
Segundo o CEO, esses e outros gargalos ao longo da cadeia fizeram com que a Embraer fosse mais conservadora no seu crescimento nos últimos anos.
Mesmo assim, a companhia tem apresentado resultados animadores para o mercado, que tem reconhecido o avanço no preço da ação e na maior procura pelos papéis.
Nesse sentido, o valor de mercado da companhia quase triplicou em 12 meses.
Essa alta tem aumentado as exigências do mercado com relação à empresa. Então, os entraves na cadeia de suprimentos passam a estar ainda mais presentes nas discussões com os investidores e analistas.
“Poderíamos ter entregado mais. Contudo, decidimos ser conservadores levando em conta esses gargalos,” diz o CEO.
Ele reconhece que esses entraves ao longo da cadeia se repetem ano após ano. “Mas estamos preparados”, garante.
Gomes Neto destaca iniciativas como a “melhor” distribuição da produção ao longo do ano. Ou seja, espaçar as entregas de maneira mais igualitária entre os meses.
“Isso vai ser mais saudável, inclusive para o fluxo de caixa”, acrescenta.
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