Empresas de defesa da Europa vivem dia de forte alta após reunião de líderes sobre Ucrânia

O forte rali das ações de empresas de defesa europeias ganhou novo impulso nesta segunda-feira (03), após líderes do continente se reunirem no fim de semana para elaborar um plano de paz para a Ucrânia.

Durante o encontro, os europeus prometeram aumentar os gastos militares. E os investidores correram para faturar com isso.

As ações de empresas como a francesa Thales (THLLY), a alemã Rheinmetall (RNBY), a italiana Leonardo e a sueca Saab (SAABBs) dispararam mais de 12%. Já a britânica BAE Systems (BAES) esteve entre os maiores destaques, com alta superior a 14%.

Empresas de defesa entre as mais rentáveis

Os papéis das empresas de defesa da Europa estão entre os investimentos mais rentáveis dos mercados globais neste ano.

São impulsionados pela expectativa de que os países europeus precisarão ampliar os gastos com defesa para conter novas investidas da Rússia na Ucrânia. Ademais, cresce a preocupação de que os Estados Unidos possam não estar mais dispostos a garantir a segurança da Europa.

A fabricante alemã de armamentos Rheinmetall já acumulou alta superior a 80% em 2025. Tornando-se, assim, a ação de melhor desempenho no índice Stoxx Europe 600. Esse resultado é, então, quase o dobro do obtido pela empresa mais valorizada no S&P 500, a CVS Health. Esta subiu 46% no mesmo período.

Reunião de líderes em Londres

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, reuniu cerca de 20 aliados em Londres no domingo para discutir a formação de uma “coalizão de dispostos”, com o objetivo de garantir a segurança da Ucrânia.

O plano envolveria enviar ativos militares, incluindo tropas terrestres, para o maior país do continente, em guerra com a Rússia.

O secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, afirmou que várias nações presentes no encontro se comprometeram a aumentar os investimentos em defesa, sem fornecer detalhes específicos.

Empresas de defesa crescem desde o início do confronto

Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, as empresas europeias do setor de defesa vêm registrando forte valorização, mas esse movimento ganhou ainda mais força este ano. Isso, especialmente devido à mudança na posição do ex-presidente Donald Trump em relação ao apoio dos EUA à Ucrânia.

Essas tensões ficaram então evidentes na última sexta-feira, durante um confronto acalorado entre Trump e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na Casa Branca. O episódio desencadeou intensas negociações diplomáticas entre os aliados europeus ao longo do fim de semana.