Executivos da Petrobras estão comprando ações ordinárias da empresa; o que isso significa?

Os executivos de Petrobras e de Marfrig estão comprando ações de suas empresas, mostrou levantamento do Itaú BBA. Por outro lado, os da Multiplan estão vendendo suas ações.

O estudo da equipe sob liderança de Daniel Gewehr usa como base informações de rotina que as empresas informam à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Esses dados mostram se, no conjunto, as pessoas de dentro das das empresas (membros do conselho de administração, acionistas controladores, diretores) mais venderam ou compraram ações.

Assim, o relatório aponta duas leituras. A primeira mostra em quais companhias houve maior movimentação como proporção das ações no mercado nos últimos seis meses.

Nesse sentido, as empresas com mais compradores líquidos ‘de dentro’ foram Dasa (DASA3), Melnick (MELK3), Hidrovias do Brasil (HBSA3), Alpargatas (ALPA4) e Banco Pan (BPAN4).

Porém, se a medição for por volume financeiro, as maiores compras líquidas aconteceram em Dasa, Petrobras (PETR3), Marfrig (MRFG3), Ambipar (AMBP3) e Prio (PRIO3).

Compra líquida de ações nos últimos 6 meses por executivos e acionistas das empresas

Executivos de Multiplan e CSN Mineração lideram vendas

Na outra ponta, o relatório revela que Multiplan (MULT3) e na CSN Mineração (CMIN3) foram as registraram maiores volumes de vendas de ações na segunda metade de 2024.

As duas foram as primeiras em vendas, tanto no percentual de ações em circulação quanto no volume financeiro, segundo o Itaú BBA.

Em janeiro de 2025 isoladamente, as maiores compras líquidas aconteceram em Marfrig e em Eztec (EZTC3).

Mais especificamente, nos dois casos as compras foram dos grupos controladores das companhias.

Na outra ponta, Infracommerce (IFCM3) foi a líder em volumes de vendas de ações, por parte de executivos da companhia de comércio eletrônico.

Em seguida veio a prestadora de serviços terceirizados GPS (GGPS3), esta por parte do grupo controlador.

O que os dados significam

Os dados fazem parte “Corporate Insider Trading Disclosure”, uma publicação frequente do Itaú BBA.

O objetivo do estudo não é ser uma recomendação de investimento.

Em vez disso, procura dar visibilidade ao público sobre a movimentação de executivos e principais acionistas das companhias em relação às ações.

Além disso, esse públicos têm que obedecer a estatutos internos e a regras da CVM sobre prazos e quantidades de negócios.

As motivações para compra e venda de ações são variadas. Executivos, por exemplo, podem decidir monetizar bônus que receberam como remuneração.

As compras de ações, por outro lado, podem sugerir a confiança dos administradores e principais acionistas no negócio.