Família Trajano e BTG Pactual (BPAC11) vão injetar até R$ 1,25 bi no Magazine Luiza (MGLU3)

Companhia faz novo movimento para tentar aumentar fôlego financeiro e dar ao mercado mostra de confiança no negócio

Detalhe do site do Magazine Luiza (MGLU3). Foto: Rafael Henrique/SOPA Images/Reuters
Detalhe do site do Magazine Luiza (MGLU3). Foto: Rafael Henrique/SOPA Images/Reuters

O Magazine Luiza (MGLU3) anunciou neste domingo (28) que seu conselho de administração aprovou um aumento de capital de R$ 1,25 bilhão na companhia.

Deste total, os acionistas controladores se comprometeram a investir até R$ 1 bilhão na varejista.

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Segundo dados da B3, o maior acionista da empresa, também conhecida como Magalu, é a LTD Participações, detida majoritariamente por Luiza Trajano, presidente do conselho de administração.

Já o BTG Pactual vai aplicar no negócio os outros R$ 250 milhões.

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Segundo o fato relevante, a operação será efetivada com a emissão de 641.025.641 ações, ao preço de R$ 1,95 cada.

O valor tomou como base o preço médio do papel em 26 de janeiro (R$ 2,05 por ação).

A ação fechou a sessão cotada a R$ 2,08.

Fôlego

O objetivo da operação, segundo o Magalu é acelerar investimentos em tecnologia, a evolução da plataforma de marketplace e dos serviços de anúncios, fintech, logística e computação em nuvem.

Além disso, parte do dinheiro vai para ‘otimizar a estrutura de capital’, de acordo com o documento.

Na prática, isso significa que os recursos podem ir para o caixa ou para pagar dívidas.

“É uma demonstração de confiança dos controladores na companhia e em seu modelo de negócios”, afirmou o Magalu.

Uma vez que a operação seja concluída nesses termos, a fatia do grupo controlador no Magalu subirá de 56,4% para 58,4% do capital.

Crise prolongada

Outrora uma das ações mais promissoras da B3, MGLU3 vem numa derrocada recente.

Em 2016, a ação subiu mais de 500%, na esteira do otimismo do mercado com os planos agressivos da companhia no comércio eletrônico.

Porém, em 2020 a situação começou a mudar com a chegada da pandemia do coronavírus.

Diante do isolamento social imposto para conter a Covid-19, o Magalu fechou suas lojas físicas e redobrou a aposta no ecommerce.

Em 2021, a companhia fez uma oferta de ações com a qual captou R$ 3,4 bilhões.

O dinheiro foi usado para comprar uma série de empresas, incluindo o portal de tecnologia e games KaBuM!

Porém, a estratégia não desfez os receios do mercado com o alto endividamento da empresa e as ações seguiram caindo.

Dessa forma, desde a máxima alcançada em fevereiro de 2021, o papel já caiu cerca de 90%.

Histórico recente

Isso foi reflexo de um mix bastante adverso nos últimos anos, incluindo inflação e juros altos, que erodiram o poder de compra dos consumidores.

Não bastasse a pressão sobre as vendas, a Selic mais alta também aumentou o custo da dívida da empresa.

Nos primeiros nove meses de 2023, o resultado financeiro do Magalu foi negativo em R$ 1,6 bilhão.

Essa trajetória levou a dívida líquida a R$ 4,1 bilhões no fim de setembro, o que equivale a mais de dois anos de resultado operacional.

A companhia também tem sofrido maior concorrência de portais de ecommerce como o Mercado Livre (MELI34), Shopee e AliExpress.

Por fim, no fim de 2023 o Magalu revelou que seus balanços tinham ‘inconsistências contábeis’.

Na prática, com ajustes isso resultou na redução do patrimônio líquido em R$ 322,1 milhões.

A informação veio à tona meses depois de a rival Americanas (AMER3) ter pedido recuperação judicial por causa de um rombo contábil bilionário.

Dessa maneira, de nove analistas que acompanham a ação, apenas dois recomendam compra, segundo pesquisa do Wall Street Journal.

Enquanto isso, outros seis sugerem manutenção e outro aconselha vender.

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