Ganhos da Netflix no 1º tri mostram que apostas arriscadas valeram a pena

Resultados do 1º tri superam expectativas, impulsionados por mudanças polêmicas no modelo de negócio da Netflix, como plano com anúncios e combate ao compartilhamento de senhas
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  • Resultados trimestrais da Netflix superam expectativas.
  • Mudanças no modelo de negócios, como plano com anúncios e combate ao compartilhamento de senhas, impulsionaram crescimento.
  • Ganho líquido recorde de assinaturas pagas no 1º trimestre.
  • Analistas projetam crescimento contínuo, mesmo em cenário de recessão.
  • Ações da Netflix em alta, superando desempenho do S&P 500.
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Empresas citadas na reportagem:

A gestão da Netflix começou a mudar a forma como a empresa de streaming opera há quase três anos — e essas decisões, antes controversas, valeram a pena, de acordo com os mais recentes resultados trimestrais.

A Netflix divulgou resultados financeiros do primeiro trimestre acima do esperado após o fechamento do mercado na quinta-feira (17).

Mais importante ainda, a empresa responsável pela série “Stranger Things” forneceu projeções de lucro e receita para o segundo trimestre que superaram as estimativas de Wall Street e reiterou sua perspectiva para o ano inteiro.

Isso é significativo, considerando a contínua incerteza econômica que afeta o sentimento dos investidores em tecnologia.

“Isso valida ainda mais nossa tese otimista sobre a Netflix, já que a empresa continua muito bem posicionada no setor de mídia e entretenimento, com motores de crescimento sustentáveis que devem se mostrar previsíveis e defensivos em meio a uma ampla gama de cenários macroeconômicos”, escreveu a analista Jessica Reif Ehrlich, do Bank of America Securities, em um relatório na sexta-feira (18).

Ela classifica a Netflix como uma ação de compra, com um preço-alvo de US$ 1.175.

Mudanças no modelo de negócios

Não é fácil que uma ação seja considerada defensiva em uma possível recessão se os serviços oferecidos pela empresa não forem considerados essenciais.

No entanto, mudanças no modelo de negócios da Netflix — como oferecer um plano mais barato com anúncios, reprimir o compartilhamento de senhas e aumentar os preços — ajudaram a empresa a chegar onde está.

A Netflix lançou seu plano com anúncios em novembro de 2022. Na época, alguns analistas estavam preocupados de que a nova opção de assinatura incentivasse clientes existentes a migrar para um plano mais barato, reduzindo seu gasto mensal e prejudicando o crescimento da receita da Netflix.

A empresa argumentou, na época, que isso oferecia “mais opções, especialmente para consumidores mais sensíveis ao preço”.

Quando a Netflix dificultou o compartilhamento de contas entre diferentes domicílios em maio de 2023, a empresa afirmou que cerca de 100 milhões de lares no mundo todo estavam assistindo ao serviço sem pagar. Quebrar normas gera controvérsia e muitos usuários ficaram insatisfeitos com essa mudança.

Dois anos depois, as ações estão em alta. Os papéis da Netflix subiram cerca de 273% desde o lançamento do plano com anúncios, em 3 de novembro de 2022. No mesmo período, o S&P 500 teve um aumento de 40%, considerando apenas o retorno em preço.

Mudanças tiveram reflexo positivo nos resultados

Desde que o plano foi lançado, a Netflix tem relatado consistentemente um forte crescimento no número de assinantes.

Em janeiro, quando divulgou seus resultados financeiros do quarto trimestre, a Netflix registrou um ganho líquido de 18,9 milhões de assinaturas pagas — um recorde que superou amplamente as estimativas.

A necessidade de as pessoas terem suas próprias contas, aliada à opção de um preço mais acessível com anúncios, ajudou a impulsionar o crescimento da empresa.

Essa tendência dificilmente mudará. “Mesmo em um cenário de recessão global, a Netflix provavelmente será altamente resiliente, dado que a relação preço-benefício do serviço continua muito atrativa (especialmente considerando a oferta com anúncios), e seu negócio de publicidade deve demonstrar forte crescimento em qualquer cenário, dado seu estado ainda inicial”, escreveu o analista Jeffrey Wlodarczak, da Pivotal Research Group, na quinta-feira.

Ele recomenda a compra da ação, com um preço-alvo de US$ 1.350.

Onde estão os riscos?

A Netflix, é claro, não é totalmente imune aos riscos econômicos.

O crescimento pode ser afetado se os consumidores migrarem para o plano mais barato — ou cancelarem as assinaturas por completo.

Os anunciantes também podem optar por reduzir seus gastos se o ambiente econômico esfriar.

Mas a gestão da Netflix afirmou na quinta-feira que “não houve nenhuma mudança significativa em nossa perspectiva geral de negócios desde o último relatório de resultados”.

Os investidores têm apostado na resiliência da empresa em 2025. As ações subiram 9,2% neste ano, superando amplamente a queda de 10% do S&P 500.

*Com informações do Valor Econômico

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