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IA pode tornar Brasil gigante em data centers e beneficiar elétricas, teles e WEG; entenda
Empresas citadas na reportagem:
O crescimento exponencial dos investimentos globais em inteligência artificial (IA) vai multiplicar a demanda por data centers e isso pode trazer bilhões de dólares em investimentos para o Brasil nos próximos anos.
Parece um sonho distante?
Pois para o Santander, o país reúne uma combinação de fatores que tornam esse cenário bastante provável.
A razão é a ampla oferta brasileira de energia e água, insumos que data centers exigirão em quantidades crescentes por causa da chamada IA generativa, e que poucas geografias têm de sobra.
Dessa forma, atualmente o Brasil demanda cerca de 85% da energia que consome. Mas não é só.
A energia é também mais limpa e barata no Brasil do que nos Estados Unidos e na Europa, que em conjunto sediam quase dois terços dos quase 12 mil data centers distribuídos pelo mundo.
O Brasil, por sua vez, tem 181 data centers atualmente.
“Se as empresas transferissem data centers para o Brasil, teriam uma vantagem competitiva em termos de pegada de carbono”, afirmou o Santander no documento.
Segundo previsões de uma agência de estatística chamada Statista, o mercado de data centers deve crescer 33% nos próximos anos, atingindo US$ 438,6 bilhões em 2028.
IA, um consumidor voraz de água e energia
Então, as previsões do banco ilustram os desafios do crescente consumo de recursos naturais para sustentar o funcionamento da IA generativa.
Para ilustração, uma pesquisa no ChatGPT consome dez vezes mais energia do que no Google.
Assim, gigantes de tecnologia como Meta, Google e Amazon, entre outros, precisarão de data centers cada vez mais poderosos.
E data centers com os chamados hiperescaladores, estruturas para atender demanda por soluções de IA generativa, consomem energia suficiente para atender 80 mil residências, calcula a consultoria McKinsey.
Dessa maneira, a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) prevê que o consumo de energia por data centers nos Estados Unidos crescerá 30% nos próximos três anos.
Ademais, segundo a ONG NPR, um data center médio usa cerca de 1,1 mil metros cúbicos de água por dia em processos de resfriamento, o que equivale ao uso de água de mil residências.
Então, para coibir possíveis perigos desse movimento sobre o abastecimento de água e energia, parlamentos nos Estados Unidos e na Europa estão criando restrições para o funcionamento de data centers, o que concorre para levar essas estruturas para outras geografias.
IA sobe o preço da energia? Bom para Eletrobras, Copel e Eneva
Para o Santander, um conjunto de empresas listadas na B3 pode se beneficiar caso a multiplicação de data centers no Brasil se confirme.
Dentre elas estão provedoras de energia elétrica, em particular Eletrobras (ELET3), Copel (CPLE6) e Eneva (ENEV3).
Além do potencial aumento do preço, a Eletrobras pode ter receita extra com a venda de mais energia não contratada, segmento que representará dois terços das suas receitas em 2027.
Isso também vale em grande parte para Copel, que tem 45% do portfólio não contratado para 2027.
Por último, uma alta demanda por energia pode aumente os preços no mercado livre, beneficiando a Eneva, afirmou o Santander.
WEG (WEGE3) e Log CP (LOGG3) ganham com mais data centers
Para o Santander, a administradora de galpões logísticos Log (LOGG3) seria uma beneficiária da maior demanda por data centers no Brasil.
Enquanto isso, WEG (WEGE3), que produz equipamentos de geração, transmissão, distribuição e armazenamento de energia, seria outra favorecida.
Dessa maneira, o mesmo raciocínio vale para Tupy (TUPY3). Ela produz geradores.
Então, o Santander citou ainda a Intelbras (INTB3), que produz soluções de redes, comunicação e energia.
Por fim, o relatório menciona a Telefônica Brasil (VIVT3).
“A empresa tem investido na expansão da sua presença em FTTH (fibra óptica), crucial para fornecer conexões rápidas que os data centers exigem para operar com eficiência”, concluiu o Santander.
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