IA pode tornar Brasil gigante em data centers e beneficiar elétricas, teles e WEG; entenda

Alta demanda por energia e equipamentos tende a beneficiar várias empresas listadas na B3, segundo relatório do Santander

Eletrobras: Companhias é uma das principais do setor de enercia da Bolsa — Foto: Rene Rauschenberger/Pixabay
Eletrobras: Companhias é uma das principais do setor de enercia da Bolsa — Foto: Rene Rauschenberger/Pixabay

O crescimento exponencial dos investimentos globais em inteligência artificial (IA) vai multiplicar a demanda por data centers e isso pode trazer bilhões de dólares em investimentos para o Brasil nos próximos anos.

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Pois para o Santander, o país reúne uma combinação de fatores que tornam esse cenário bastante provável.

A razão é a ampla oferta brasileira de energia e água, insumos que data centers exigirão em quantidades crescentes por causa da chamada IA generativa, e que poucas geografias têm de sobra.

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Dessa forma, atualmente o Brasil demanda cerca de 85% da energia que consome. Mas não é só.

A energia é também mais limpa e barata no Brasil do que nos Estados Unidos e na Europa, que em conjunto sediam quase dois terços dos quase 12 mil data centers distribuídos pelo mundo.

O Brasil, por sua vez, tem 181 data centers atualmente.

“Se as empresas transferissem data centers para o Brasil, teriam uma vantagem competitiva em termos de pegada de carbono”, afirmou o Santander no documento.

Segundo previsões de uma agência de estatística chamada Statista, o mercado de data centers deve crescer 33% nos próximos anos, atingindo US$ 438,6 bilhões em 2028.

IA, um consumidor voraz de água e energia

Então, as previsões do banco ilustram os desafios do crescente consumo de recursos naturais para sustentar o funcionamento da IA generativa.

Para ilustração, uma pesquisa no ChatGPT consome dez vezes mais energia do que no Google.

Assim, gigantes de tecnologia como Meta, Google e Amazon, entre outros, precisarão de data centers cada vez mais poderosos.

E data centers com os chamados hiperescaladores, estruturas para atender demanda por soluções de IA generativa, consomem energia suficiente para atender 80 mil residências, calcula a consultoria McKinsey.

Dessa maneira, a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) prevê que o consumo de energia por data centers nos Estados Unidos crescerá 30% nos próximos três anos.

Ademais, segundo a ONG NPR, um data center médio usa cerca de 1,1 mil metros cúbicos de água por dia em processos de resfriamento, o que equivale ao uso de água de mil residências.

Então, para coibir possíveis perigos desse movimento sobre o abastecimento de água e energia, parlamentos nos Estados Unidos e na Europa estão criando restrições para o funcionamento de data centers, o que concorre para levar essas estruturas para outras geografias.

IA sobe o preço da energia? Bom para Eletrobras, Copel e Eneva

Para o Santander, um conjunto de empresas listadas na B3 pode se beneficiar caso a multiplicação de data centers no Brasil se confirme.

Dentre elas estão provedoras de energia elétrica, em particular Eletrobras (ELET3), Copel (CPLE6) e Eneva (ENEV3).

Além do potencial aumento do preço, a Eletrobras pode ter receita extra com a venda de mais energia não contratada, segmento que representará dois terços das suas receitas em 2027.

Isso também vale em grande parte para Copel, que tem 45% do portfólio não contratado para 2027.

Por último, uma alta demanda por energia pode aumente os preços no mercado livre, beneficiando a Eneva, afirmou o Santander.

WEG (WEGE3) e Log CP (LOGG3) ganham com mais data centers

Para o Santander, a administradora de galpões logísticos Log (LOGG3) seria uma beneficiária da maior demanda por data centers no Brasil.

Enquanto isso, WEG (WEGE3), que produz equipamentos de geração, transmissão, distribuição e armazenamento de energia, seria outra favorecida.

Dessa maneira, o mesmo raciocínio vale para Tupy (TUPY3). Ela produz geradores.

Então, o Santander citou ainda a Intelbras (INTB3), que produz soluções de redes, comunicação e energia.

Por fim, o relatório menciona a Telefônica Brasil (VIVT3).

“A empresa tem investido na expansão da sua presença em FTTH (fibra óptica), crucial para fornecer conexões rápidas ​​que os data centers exigem para operar com eficiência”, concluiu o Santander.

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