Mercado hoje: Ibovespa fecha em alta e quebra sequência de pregões em queda; dólar cai

O resultado positivo do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado pelo IBGE nesta manhã, colaborou para reverter a sequência de quedas no Ibovespa

Pessoas observam painel eletrônico da da Bolsa de Valores, com gráfico do Ibovespa (Foto: Marco Ankosqui/Agência O Globo)
Pessoas observam painel eletrônico da da Bolsa de Valores, com gráfico do Ibovespa (Foto: Marco Ankosqui/Agência O Globo)

Mesmo com o impulso positivo dos mercados internacionais após a intervenção do BoE derrubar as taxas de juros, o Ibovespa conseguiu emplacar apenas uma alta modesta. Apesar de encerrar sequência de três quedas seguidas, a proximidade das eleições manteve o mercado pouco líquido e suscetível a reações setoriais.

No fim do dia, o referencial registrou alta de 0,07%, aos 108.451 pontos, tocando os 107.914 pontos na mínima intradiária e os 108.970 pontos na máxima. O volume financeiro negociado na sessão foi de R$ 20,31 bilhões no Ibovespa e R$ 24,87 bilhões na B3. No exterior, os principais índices dos Estados Unidos oscilaram nesta quarta, mas fecharam em alta.

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As bolsas globais registraram performance positiva após o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) interferir no mercado de títulos públicos do Reino Unido. O movimento acalmou investidores, aliviando o estresse de ativos de risco nos últimos dias causado por temores de recessão global e aperto monetário nos países desenvolvidos. Analistas apontam, apesar disso, que os mercados internacionais devem continuar pressionando os negócios negativamente.

“Está cada vez mais claro que as performances positivas do S&P 500 não indicam mudança de tendência, e sim sessões de alívio em um mercado negativo. O cenário segue cheio de desafios em termos de controle de inflação e os ativos devem continuar sentindo isso”, diz Alexandre Cancherini, sócio e gestor de renda variável da Frontier Capital.

O executivo acrescenta que a visão para o mercado local segue mais construtiva quando se analisam dados de atividade e emprego para além da finalização do ciclo de aperto monetário. Nota, entretanto, que a proximidade das eleições suspende parte do ímpeto comprador do mercado, conforme agentes buscam clareza do cenário.

Na sessão, houve inclusive reações setoriais com ligação direta ao pleito. Yduqs ON disparou 11,38% e Cogna ON subiu 3,90%, com investidores precificando possíveis incentivos do ex-presidente Lula ao setor, caso eleito. Já Petrobras ON e PN perderam 0,70% e 1,35%, respectivamente, com possíveis interferências do petista na política de preços da companhia. Entre as blue chips, Vale ON +0,95%, Itaú PN -0,04% e Bradesco PN +0,05%.

O resultado positivo do Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado pelo IBGE nesta manhã, colaborou para reverter a sequência de quedas no Ibovespa. A inflação à indústria registrou queda sensível, que pode ser desdobrada para o mercado consumidor nos próximos dados do IPCA.

Na terça-feira (28), o Ibovespa fechou com recuo de 0,68%, para 108.376 pontos, emendando o terceiro pregão consecutivo de quedas.

Dólar

O dólar apresentou queda de 0,64%, a R$ 5,34, acompanhando o desempenho fraco que também marcou a moeda americana na comparação com o euro e a libra nesta quarta.

Inglaterra

Nesta quarta, o Banco Central da Inglaterra (BoE), anunciou que vai intervir no mercado para comprar títulos governamentais de longo prazo a partir de hoje para ajudar a restaurar o bom funcionamento do mercado. “O objetivo dessas compras será restaurar as condições de mercado em ordem”, disse o BOE em comunicado. “As compras serão realizadas em qualquer escala necessária para efetivar esse resultado.”

A medida provocou forte queda nos rendimentos dos gilts e, há pouco, o juro do título de 2 anos recuava quase 40 pontos-base, de 4,610% para 4,234%. O rendimento do gilt de 10 anos caía de 4,514% para 4,196%.

Preços ao produtor

A inflação da indústria registrou queda recorde em agosto, com retração de 3,11% em relação a julho, segundo dados do IBGE divulgados nesta manhã. Na passagem de junho para julho, a variação tinha sido positiva, de 1,13%.

Os preços ao produtor foram puxados para baixo pela redução dos preços na indústria de refino de petróleo e biocombustível, que foi de -6,99%, a segunda maior variação, mas a que teve a maior influência na queda do índice, de -0,95 ponto percentual.

Alimentos também teve ampla participação, de -0,88 ponto percentual no índice de preços ao produtor.

A queda da inflação na indústria sucede a redução dos preços também ao consumidor. O IPCA-15, divulgado na última terça mostrou uma variação de -0,37 na prévia da inflação para o mês.  

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