Ibovespa oscila perto da estabilidade com interferência política impactando Petrobras

Investidores monitoram imbróglios que levantam incertezas sobre os rumos da companhia

B3, a Bolsa de Valores de São Paulo (Foto: Patricia Monteiro/Bloomberg/Reprodução O Globo)
B3, a Bolsa de Valores de São Paulo (Foto: Patricia Monteiro/Bloomberg/Reprodução O Globo)

O Ibovespa não conseguia acompanhar o bom humor dos investidores globais e operava próximo à estabilidade nesta sexta-feira. Investidores monitoram imbróglios políticos na Petrobras e a oferta de ações para a privatização da Eletrobras.

Às 13h30, o índice subia 0,06%, aos 111.958 pontos, após mínima em 111.558 pontos. O volume financeiro negociado até aqui foi de R$ 9,3 bilhões, em sessão pouco líquida, com projeção de alcançar um giro de R$ 19,4 bilhões ao final do dia. Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq operavam em alta.

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O Ibovespa busca acompanhar, mais uma vez, a performance de Nova York. Os índices americanos caminham para uma semana de alta firme, conforme investidores avaliam a magnitude da correção dos ativos de risco que ocorreu até aqui. Localmente, no entanto, uma sessão de queda firme dos papéis da Petrobras diminuía a amplitude do movimento altista.

Petrobras ON e PN perdiam 3,75% e 4%, respectivamente. O presidente Jair Bolsonaro exaltou ontem sua autonomia para a nomeação do presidente e de diretores da Petrobras e classificou como “medida protelatória” a decisão do conselho de administração de aguardar a indicação e análise de novos membros antes de avaliar a escolha de Caio Paes de Andrade à presidência da empresa.

Ao mesmo tempo, o atual presidente da estatal, José Mauro Coelho, alertou, em carta, o Ministério das Minas e Energia e a Agência Nacional de Petróleo (ANP) sobre o “elevado risco” de desabastecimento de óleo diesel no segundo semestre de 2022. Apesar do documento não mencionar uma pressão adicional sobre os estoques em eventual congelamento no reajuste dos preços, analistas acreditam que o fator também contribui para a volatilidade do papel.

“A empresa está no centro do debate político em ano eleitoral, o que reflete na postura dos investidores, embora eu não acredite que vá haver mudança na política de preços”, diz Alan Gandelman, CEO da Planner. Outro analista, que preferiu não se identificar, acredita que, mesmo que seja necessário, o governo irá impedir a realização de reajustes nos preços dos combustíveis. “Vão segurar na unha”, aponta.

Na ponta positiva do índice, as empresas ligadas às commodities metálicas voltam a subir. O minério de ferro avançou 2,23% no porto chinês de Qingdao, para US$ 134,22 a tonelada, enquanto investidores seguem aguardando possíveis estímulos por parte do governo chinês e os estoques do produto se mantêm baixos. CSN ON subia 3,10% e Vale ON melhorava 1,14%.

Também entre as maiores altas, BRF ON recuperava 4,13%. Segundo matéria do Valor, a companhia está demitindo diretores e eliminando 25% dos cargos em posição de diretoria. A vice-presidente de relações corporativas, Grazielle Parenti, também está deixando o cargo. A medida faz parte da estratégia anunciada pelo CEO da BRF, Lorival Luz, para enxugar custos e tornar a companhia leve.

Já Eletrobras ON caía 0,16%, enquanto os papéis preferenciais classe B ganhavam 0,24%, após a empresa publicar o aviso da oferta pública de ações para a privatização da companhia.

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