Ibovespa fecha no melhor patamar em 7 meses, com alta das commodities
A alta das commodities impediu, mais uma vez, que a Bolsa de Valores brasileira, a B3, acompanhasse as baixas dos mercados internacionais. Com o arrefecimento das negociações de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia, as principais Bolsas no exterior voltaram a sentir a aversão a riscos.
O Ibovespa, principal índice acionário do país, terminou a quarta-feira (30) em alta de 0,2%, aos 120.259,76 pontos. Entre as maiores altas do dia, Banco PAN PN recuperou 5,68%, YDUQS ON subiu 3,45%, CSN ON ganhou 2,46% e Petrobras PN avançou 2,14%. Na outra ponta, Qualicorp ON perdeu 5,99%, Grupo Natura ON caiu 4,56% e Azul PN recuou 4,26%.
Os mercados amanheceram com viés negativo, refletindo o ceticismo sobre as negociações por um cessar-fogo e em meio à forte alta dos preços do gás natural e do petróleo. Nesta manhã, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, minimizou as perspectivas de progresso nas conversas, de acordo com a rede britânica BBC.
Peskov afirmou que o dado positivo por ora é que o lado ucraniano “pelo menos começou a formular e a colocar no papel especificamente o que está propondo”. “No que diz respeito ao resto, não podemos declarar no momento que houve algum avanço, algo muito promissor”, disse ele, em comentários divulgados pela agência de notícias Interfax e republicados pela BBC.
Na véspera, a maior visibilidade em torno de uma solução negociada entre representantes russos e ucranianos na Turquia para encerrar o conflito animou os investidores e alimentou a demanda por ativos de risco em escala global. A Ucrânia sinalizou com a adesão à neutralidade, desistindo da intenção de entrar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), ao passo que a Rússia apontou redução drástica das ações militares em Kiev. Os ataques à capital ucraniana arrefeceram e as agressões russas por terra e por ar passaram a se concentrar no leste da Ucrânia.
Localmente, investidores avaliaram a leitura do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que encerrou o mês de março com inflação de 1,74%, acumulando alta de 5,49% no ano e de 14,77% em 12 meses, segundo informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). A variação de preços ficou acima da mediana das estimativas de 25 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, de 1,33%, com intervalo das projeções indo de 0,53% a 3,00%, e provocava leve abertura da curva de juros.
Leia a seguir