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Itaú BBA sobe preço-alvo de ações da Petrobras (PETR4): ‘Poderemos ver uma produção maior do que a esperada’
O Itaú BBA projeta uma alta maior das ações da Petrobras (PETR4) em 2024. O banco de investimentos subiu o preço-alvo dos papéis da companhia, negociados hoje na faixa de R$ 35,70, de R$ 38 para R$ 43 no encerramento do ano. Ainda assim, os analistas mantiveram a recomendação neutra.
Em relatório assinado por Monique Greco Natal, Eric de Mello e Bruna Amorim, que integram o time de óleo e gás, o Itaú BBA avalia a decisão do conselho da Petrobras de não pagar dividendos extraordinários, o plano estratégico da companhia para os próximos anos e discutem se a estatal está sendo conservadora na previsão de produção.
O caso dos dividendos
Em primeiro lugar, após conversas com dezenas de investidores locais e estrangeiros, os analistas do banco apontam que, embora alguns acionistas acreditem que a o comando da Petrobras possa eventualmente ser convencido a pagar pelo menos parte dos dividendos extraordinários ao longo do ano, ainda não está claro o que poderia mudar a opinião do conselho e desencadear uma revisão dessa decisão.
“Desta forma, entendemos que a maior parte dos investidores provavelmente irá se agarrar ao rendimento dos dividendos ordinários a partir de agora para avaliar o quão atrativo está em carregar os papéis da empresa”, comentam no relatório.
Potencial de geração de caixa
Na sequência, o time de óleo e gás do Itaú BBA foca nos fundamentos, no intuito de ter uma visão mais clara do potencial de geração de caixa da empresa nos próximos anos.
Assim, a equipe do banco lembra que as previsões de produção de petróleo da Petrobras para o Plano Estratégico 2024-28 foi um dos principais temas de discussão no início deste ano.
“Os atuais níveis de produção da empresa já ultrapassam as previsões para os próximos dois anos, o que levou muitos investidores a mostrarem-se céticos em relação às previsões fornecidas pela companhia no plano, alegando que a empresa está sendo conservadora nas suas estimativas”, anotam os analistas.
“Sem a intenção de questionar a orientação da Petrobras e cientes de que não podemos replicar a avaliação precisa da empresa sobre a previsão de produção, estudamos cada um dos FPSOs (navio-plataforma que produz, armazena e transfere petróleo e gás) que entraram em operação a partir de 2010 e seus dados históricos de produção para entender os padrões da curva de produção de cada um deles. Também tentamos, na medida do possível, estimar nossa própria visão da curva de produção potencial da Petrobras e entender quão positiva poderia ser a assimetria para os próximos anos”, explicam.
A Petrobras está sendo conservadora?
Para o Itaú BBA, a assimetria parece estar inclinada para o lado positivo. “Mas a verdade tem que ser dita: nunca seremos capazes de fazer uma previsão de produção para a Petrobras tão precisa quanto a da empresa. A previsão de produção da Petrobras é baseada em um modelo probabilístico preciso, que considera incertezas que nossa abordagem determinística não considera”, escrevem os analistas no relatório.
“Mas é justo dizer que, se os padrões que observamos para os FPSOs em operação forem replicáveis para os próximos que entrarão em operação nos próximos anos, poderemos ver a materialização de uma produção maior do que a esperada”, apontam os mesmos.
Para o curto prazo (2024), o time de óleo e gás do Itaú BBA considera que assimetria entre a projeção deles e a orientação da Petrobras não parece ser tão grande (cerca de 100 mil barris por dia), uma vez que a produção virá quase que totalmente de FPSOs que já estão em operação e os níveis atuais de produção da empresa já estão sutilmente acima da orientação.
“Mas, a longo prazo, as nossas estimativas indicam que a produção entregue poderá ser até ~400 mil barris por dia superior às previsões divulgadas no Plano Estratégico 2024-28, entretanto, no longo prazo existem riscos que não conseguimos capturar em nossas análises”, detalham no documento.
Por que não recomendar compra?
Finalmente, o Itaú BBA esclarece o motivo de subir o preço-alvo, mas ainda assim sustentar a recomendação neutra para as ações da Petrobras (PETR4).
“Apesar de nossa conclusão de que poderia haver uma assimetria positiva significativa na produção para o longo prazo, consideramos nossas estimativas de produção um pouco mais otimistas apenas para 2024 e 2025, dado que a previsão de produção da empresa considera incertezas que nossa abordagem determinística simplista não considera”, justificam Monique Greco Natal, Eric de Mello e Bruna Amorim.
“Com isso, optamos por aumentar o nosso preço-alvo de R$ 38 para R$ 43 ao término de 2024, mas mantemos nossa indicação neutra (desempenho em linha com a média do mercado) para PETR4”, completam o time de óleo e gás do banco.
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