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XP avalia que Itaú (ITUB4) pode aprovar dividendo extra de R$ 14 bilhões ainda em 2023
Analistas da XP colocaram no radar a chance de o Itaú (ITUB4) aprovar ainda em 2023 um pagamento de dividendo extraordinário. Em relatório, a plataforma de investimentos estima o valor em R$ 14 bilhões – e classifica de “milagre natalino” a possível distribuição adicional do provento.
A avaliação da XP leva em consideração falas do CEO do Itaú, Milton Maluhy Filho, de que o banco poderia aumentar a remuneração aos acionistas. E, simultaneamente, a recente norma do Banco Central que trata de quanto dinheiro as instituições financeiras devem fazer de reserva para se protegerem de eventuais riscos operacionais.
“Acreditamos que, seguindo a recente definição do cronograma para implementação do Risco Operacional como parte da fase 2 de Basileia 3, o Itaú está preparado para distribuir seu excedente de capital por meio de dividendos extraordinários”, diz a XP no relatório.
“Considerando a recente indicação de que o banco poderia manter um Índice de Capital Nível 1 mínimo de 13,5% (atualmente em 14,6%), vemos espaço para o Itaú distribuir um dividendo extraordinário de R$ 14 bilhões até o final do ano”, afirmam os analistas que assinam o documento.
Assim, se a expectativa se confirmar, o Itaú totalizaria aproximadamente R$ 23 bilhões e aumentaria o rendimento de dividendos para cerca de 9% neste ano, destaca a XP.
“Apesar do conservadorismo histórico do banco, o mesmo sempre foi eficiente na manutenção de capital adequado e suficiente para operar com elevada rentabilidade. Entretanto, caso o banco não decida isso ainda em 2023, vemos a discussão de uma elevação de payout como inevitável para 2024”, reforça a plataforma de investimentos.
Caminhos do dividendo extra do Itaú (ITUB4)
Para sustentar a avaliação, a XP lembra que durante a sessão de perguntas e respostas da teleconferência de resultados do 3T23, o CEO do Itaú afirmou que haveria uma reunião do conselho no final de novembro para decidir sobre o pagamento de dividendos.
Conforme o relatório, Milton Maluhy Filho afirmou que antes de a decisão ser tomada seria necessário conhecer o resultado da norma e o calendário de implementação do Risco Operacional de acordo com a fase 2 de Basileia 3.
E isso foi feito pelo BC agora na virada de novembro para dezembro.
“Recentemente o regulador definiu este cronograma e a implementação será faseada entre os anos de 2025 e 2028, o que dá ao Itaú algum alívio em termos de aumento da exigência de capital em 2025. O Itaú vinha dizendo que a implementação poderia consumir cerca de 100 bps, porém com o faseamento de 4 anos o valor foi reduzido e ficou mais espaçado fora”, observa a XP.
“Dessa forma, realizamos uma simulação, com base nos dados de balanço e capital do Itaú ao final do 3T23. De acordo com as demonstrações financeiras, o banco apresentava um índice de Capital Principal (CET 1) de 13,1%, um índice de capital Nível 1 (Tier 1) de 14,6% e um índice Basileia (BIS) de 16,3%”, explicam os analistas.
“Com base nisso e nas afirmações também do CEO do banco, de que se o banco continuar com um Índice de Capital Nível 1 acima de 13,5%, o banco poderá aumentar o payout (até o momento em algo em torno de 30%), acreditamos que há espaço para o Itaú declarar pagamento extraordinário de dividendos de até R$ 14 bilhões. Não considerando o lucro líquido esperado para o 4T23”, reiteram os especialistas no documento.
Pagamento será aprovado?
Ainda no relatório, a XP discute se realmente o Itaú irá aprovar um dividendo extraordinário na reta final de 2023. A plataforma de investimentos menciona que os executivos têm sido cautelosos ao afirmar que o banco poderia fazer um pagamento único e substancial.
“Portanto, entendemos por que alguns investidores estão céticos quanto à possibilidade de isso acontecer agora. Contudo, consideramos viável para o Itaú aumentar a remuneração aos acionistas por dois motivos principais”, sinaliza a XP.
“O Itaú estabeleceu uma forte reputação entre analistas e investidores como um banco que administra eficientemente seus níveis de capital. E o banco tem um histórico de pagamento de dividendos significativos no passado (com um pagamento médio de 74,7% entre 2017 e 2019)”, afirmam os analistas.
“Dito isso, se o banco declarar esse dividendo extraordinário nesse valor, vemos o Itaú fechando 2023 com um payout de 67,9% (considerando nosso lucro estimado de R$ 35,171 bilhões para 2023) e um rendimento de dividendos em torno de 9% (contra aproximadamente 4 % sem o dividendo extraordinário)”, completa o documento da XP.
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