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Live IF: As novas revelações na CPI da Americanas e os impactos para os investidores
Na live “Papo Inteligente” desta segunda-feira (19), a jornalista Mara Luquet e o analista político e diretor de Análise Digital do JOTA, Iago Bolívar, repercutiram as novas revelações do caso Americanas para os investidores e para os acionistas minoritários.
Pela primeira vez, a rede de Lojas Americanas divulgou fato relevante admitindo que um dos maiores escândalos corporativos da história do país não era meramente fruto de “inconsistências contábeis”, como revelado em janeiro.
A partir de documentos entregues pelo comitê de investigação independente, houve esforços da diretoria anterior da Americanas para ocultar do conselho de administração e do mercado a real situação de resultado patrimonial da empresa.
Neste cenário, muitos acionistas minoritários tentaram processar a companhia pelo prejuízo causado. Mas, o diretor do JOTA explica que só a investigação vai provar o que realmente aconteceu o peso de cada parte envolvida”, diz Bolívar
Segundo ele, o investidor está aprendendo, só agora, a desconfiar dos mecanismos de controle, dos balanços, conselhos de administração, das empresas de auditoria e dos bancos.
“Quando há irregularidades, alguns atores envolvidos tapam os olhos porque têm passivo grande, correndo o risco de aumentar o prejuízo, ou por deixarem de bater metas. É um ciclo que impede a transparência dos números”, explica Bolívar.
Então, a indicação para que isso não se repita seria a busca de indicadores fora dos balanços, ou seja, números independentes que demonstrem problema de caixa, seja em relação a anúncios, atendimento ao cliente, indicadores operacionais, como a relação da empresa com os fornecedores, o pagamento de aluguéis.
“Alguns indicadores já estavam dando sinais, no ano passado, de que as coisas não estavam boas na Americanas”, afirma o analista do JOTA
Mara Luquet comenta que as investigações de fraudes de grande repercussão, ocorridas no passados, sempre mostram caminhos que deverão ser evitados no futuro.
O case das Americanas é importante por envolver grandes empresas de auditorias, listadas entre as quatro maiores do mundo, além de incluir acionistas majoritários que são os maiores do continente.
Por esse motivo, a tendência é de que os envolvidos compartilhem a responsabilidade um com o outro, dizendo que não havia como saber. E também de que a culpa recaia em alguém mais abaixo da cadeia de comando, com menos repercussão sistêmica.
Importante ressaltar que, nos anos de pandemia, as ações das empresas de varejo caíram muito. E, em dezembro passado, com a retomada das compras, as ações das companhias varejistas dispararam.
“É preciso investigar se a venda das ações neste segmento ocorreu de modo natural ou se o lucro distribuído se deu por conta da inconsistência da fraude, indicando uma rentabilidade que não era real”, diz Bolívar. “Neste caso, até o pequeno investidor, com ação há muitos anos, pode ter se beneficiado desse lucro”, completa.
Mara Luquet lembra que gestores de fundos posicionados nas ações costumam ser os maiores interessados na investigação para saber se houve fraude, para saber o que se passa na empresa.
Promovida pela Inteligência Financeira, veja a live “Papo Inteligente” completa aqui.
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