BlackRock: cenário ‘sombrio’ derruba lucro da maior gestora de ativos do mundo
Mesmo com turbulências, Larry Fink disse confiar na capacidade de proporcionar crescimento de longo prazo para clientes, acionistas e funcionários
O lucro da BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, caiu 30% no segundo trimestre, prejudicado pela inflação alta, taxas de juros crescentes e o pior momento do ano para ações e títulos em meio século. Mas, apesar das perspectivas sombrias para os mercados financeiros, os investidores continuaram a despejar dinheiro nos fundos da empresa.
O lucro ajustado da BlackRock caiu para US$ 1,12 bilhão, ou US$ 7,36 por ação, ante US$ 1,61 bilhão, ou US$ 10,45 por ação, um ano antes. A receita no trimestre caiu 6%, para US$ 4,53 bilhões.
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Analistas, em média, esperavam que a BlackRock divulgasse ganhos de US$ 1,23 bilhão, ou US$ 7,87 por ação, com receita de US$ 4,55 bilhões, segundo a FactSet.
A BlackRock informou também que os ativos totais somaram US$ 8,49 trilhões no segundo trimestre, uma queda de 11% em relação aos US$ 9,5 trilhões do ano anterior. Mas as captações líquidas trimestrais subiram para US$ 90 bilhões, de US$ 81 bilhões um ano atrás, um forte sinal de que a empresa está criando produtos que os clientes desejam e que os investidores confiam nas estratégias da BlackRock.
Em um comunicado, a BlackRock disse que as captações refletem “a força contínua da plataforma ampla com fluxos positivos em todos os tipos de produtos e regiões”.
Os gestores de ativos estão enfrentando ventos contrários brutais: os índices de ações globais caíram cerca de 20% este ano, enquanto os índices de títulos caíram cerca de 10%. Ao mesmo tempo, o dólar está tendo um ano de destaque. A taxa de câmbio entre o euro e o dólar esta semana atingiu a paridade, em que as duas moedas valiam o mesmo valor, pela primeira vez em 20 anos.
Em um comunicado, o CEO da BlackRock, Larry Fink, disse: “Não consigo pensar em uma época em que o foco estratégico da BlackRock estivesse mais alinhado com as necessidades de nossos clientes do que hoje”. Ele acrescentou: “Ao longo dos 34 anos de história da BlackRock, passamos por vários períodos de volatilidade e incerteza, e a BlackRock sempre se fortaleceu. É em períodos como esses que nos diferenciamos ainda mais com os clientes e aprofundamos ainda mais esse relacionamento”.
Fink disse também ver “mais oportunidades para a BlackRock hoje do que nunca” e que “continuo confiante em nossa capacidade de proporcionar crescimento de longo prazo para nossos clientes, acionistas e funcionários.”