Você investe em Magazine Luiza? Saiba o que esperar do balanço desta quinta-feira
Empresas citadas na reportagem:
A Magazine Luiza (MGLU3) divulga seu balanço trimestral nesta quinta-feira (13) em meio a um cenário desafiador. A varejista tenta ajustar sua estratégia para recuperar rentabilidade e reconquistar a confiança dos investidores, mas as perspectivas para os resultados ainda são cautelosas.
O Itaú BBA, por exemplo, tem expectativa negativa para o próximo balanço da empresa.
“A Magazine Luiza deve apresentar uma desaceleração sequencial nas vendas em lojas no canal físico para 9% ao ano e no GMV online para 3% ao ano. Com isso, esperamos um aumento de 5% ao ano na receita liquida e estabilidade na margem Ebitda ao redor de 30%”, descreve o relatório feito pelos analistas Victor Natal e Mathias Venosa.
Com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 15, o relatório traz também a projeção dos principais números da companhia: receita líquida de R$ 11,06 milhões, Ebitda ajustado de R$ 609 milhões e lucro líquido ajustado de R$ 54 milhões.
O JPMorgan também adota visão mais pessimista e recentemente rebaixou a recomendação para os papéis da Magalu de neutro para venda.
O banco alerta que o alto endividamento da empresa, aliado ao ambiente de juros elevados, pode continuar impactando os lucros. Além disso, a demanda por bens de consumo discricionários, como eletrônicos, segue em retração, o que limita o potencial de recuperação da receita.
Esse cenário mais desafiador para a Magalu não acontece de forma isolada.
O comércio e varejo brasileiro registrou crescimento entre 5,5% e 8% em 2024, segundo projeções da CNC (Confederação Nacional do Comércio) e Fecomercio/SP. No entanto, para 2025, a expectativa é de desaceleração, com crescimento entre 1,7% e 2%, refletindo um contexto econômico mais desafiador para o setor.
Reestruturação interna e tentativa de retomada
Assim, diante desse cenário, a Magazine Luiza tem promovido mudanças estratégicas em sua gestão.
A empresa anunciou, no último dia 10, a unificação das vice-presidências de plataforma e negócios sob o comando de André Fatala. Eduardo Galanternick, que liderava as áreas de marketplace, marketing e ads, ficará responsável pela transição.
Com isso, a companhia passa a operar com duas grandes frentes: a vice-presidência de plataformas, que cuidará das iniciativas digitais e tecnológicas, e a vice-presidência de varejo físico e logística, comandada por Fabricio Garcia, que segue à frente da operação de estoque próprio e da malha logística.
O que aconteceu com a Magalu?
Nos últimos anos, a companhia enfrentou forte correção em seu valor de mercado. Em meados de 2020, a Magalu chegou a valer R$ 177,5 bilhões na Bolsa, impulsionada pelo otimismo com o e-commerce e a digitalização do varejo. No entanto, essa avaliação não se sustentou e hoje a empresa vale menos de R$ 6 bilhões.
A maior queda veio em 2021, quando as ações despencaram 70%. O lucro de R$ 259 milhões registrado no primeiro trimestre daquele ano se transformou em prejuízo de R$ 161 milhões doze meses depois.
Apesar da recente recuperação – a companhia registrou lucro de R$ 102 milhões no terceiro trimestre de 2023 –, os investidores seguem cautelosos. Nos últimos 12 meses, os papéis acumulam queda de 60,8%.
A divulgação dos números nesta quinta-feira será um novo teste para a empresa. A questão central é se a Magalu conseguirá entregar um crescimento sustentável e mostrar que sua reestruturação está surtindo efeito.
O mercado segue atento.
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