Mercado hoje: Dólar fecha a R$ 4,77, menor patamar em mais de 1 ano; Ibovespa sobe
Números melhores para a inflação e otimismo externo com o Brasil jogam mais pressão sobre BC para queda dos juros
O Ibovespa abriu oscilando entre os campos positivo e negativo nesta segunda-feira (19), mas enveredou trajetória de alta ainda durante a manhã, com o mercado avaliando as possibilidades de uma queda de juros em semana de reunião do Copom. Inflação desacelerando e otimismo com o Brasil no mercado internacional apontam para um cenário mais propício para a queda dos juros.
No fechamento, o Ibovespa avançou 0,93%, a 119.857 pontos. O Ifnc, índice do setor financeiro, também teve alta sensível , de 1,37%, a maior entre os índices setoriais.
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Já o dólar segue trajetória de queda acentuada. A moeda norte-americana recuou 0,90%, cotada a R$ 4,7761, o menor patamar desde 3 de junho.
Focus
O boletim Focus publicado nesta segunda acrescentou alguns tópicos na lista de notícias positivas. De acordo com o documento, o IPCA foi revisado para baixo, indicando inflação menor, o câmbio seguiu a mesma trajetória e a taxa básica de juros, a Selic, idem.
A taxa básica de juros, segundo o relatório, deve ficar em 12,25% – trata-se de queda na perspectiva trazida pelo banco na semana anterior, quando a Selic marcava 12,50%, com uma taxa básica abaixo de 9,5% em 2024.
O IPCA, a inflação oficial do País medida pelo IBGE, deve ser de 5,12% no ano, segundo o relatório divulgado nesta segunda-feira – esse porcentual era de 5,42% na semana passada e de 5,80% há quatro semanas.
Reunião do Copom
O mercado aguarda definição sobre a política monetária do Banco Central após reunião do Copom, que começa na tarde de terça-feira e é concluída na quarta, quando é apresentada a decisão sobre a Selic.
Os indicadores macroeconômicos animaram os investidores de ativos de risco, com o aumento da possibilidade de ao menos uma sinalização a respeito da queda dos juros.
Além disso, a pressão do empresariado e uma mudança de tom da agência de risco S&P, que elevou para positiva pela primeira vez desde o final de 2019 a perspectiva de nota do Brasil, colocam mais pressão sobre o Banco Central para que a política de juros comece a ser afrouxada, ainda que apenas na sinalização.
Ações
As ações do setor aéreo continuam se destacando, embora tenham perdido fôlego em relação ao começo do pregão. A Embraer (EMBR3) subiu 0,35%. A Gol (GOLL4) avança 2,73% e a Azul (AZUL4), 3,93%, a maior alta do Ibovespa.
As empresas do setor têm passado por um movimento consistente de valorização desde a decisão do Senado de aprovar a extensão da isenção de PIS/Cofins até 2026 para as aéreas. As ações da CVC tiveram forte desvalorização no dia, no sentido contrário ao das aéreas, que geralmente ajudam a alavancar os papéis da empresa de turismo e viagens. Com isso, os papéis desceram 5,11%, a R$ 4,27.