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Mercado tem preconceito com Banco do Brasil (BBAS3), reclama executivo
Empresas citadas na reportagem:
Mesmo há anos entregando resultados fortes, o Banco do Brasil (BBAS3) ainda tem avaliação baixa no mercado na comparação com seus rivais privados e isso reflete o preconceito em relação à companhia.
Essa foi a reclamação do vice-presidente financeiro e de relações com investidores do BB, Marco Geovanne Tobias da Silva.
“Confesso que eu ainda não sei o que o mercado ainda espera mais da gente”, disse o executivo durante evento anual do Banco do Brasil (BBAS3) com investidores.
O executivo alegou que, entre 2010 e 2023, o lucro anual do Banco do Brasil (BBAS3) evoluiu da faixa de R$ 10 bilhões para R$ 35 bilhões.
Além disso, o banco manteve níveis de rentabilidade sobre o patrimônio (ROE) em linha ou acima dos obtidos pelos demais bancos.
Por fim, o Banco do Brasil (BBAS3) elevou recentemente o nível do lucro que distribuirá aos acionistas em 2024, de 40% para 45%, índice que pretende manter nos próximos anos.
Apesar disso, o BB segue com avaliação muito inferior às de seus competidores.
Banco do Brasil (BBAS3): percepção de risco maior
Para dar um ideia de avaliação do BB frente aos rivais, confira a tabela abaixo:
Instituição | P/L | Valor de mercado/ patrimônio (P/BV) |
Banco do Brasil | 4,96 | 0,99 |
Itaú Unibanco | 10,2 | 1,89 |
Bradesco | 9,82 | 0,92 |
Santander Brasil | 12 | 1,25 |
BTG Pacual | 14 | 2,83 |
O P/L é um índice que mede a relação entre o lucro esperado para uma empresa, dividido pela ações dela no mercado.
Já o P/BV compara o valor de mercado em relação ao patrimônio líquido.
Em ambos os casos quanto maior o índice, melhor a avaliação da empresa no mercado.
E, mesmo com a alta de cerca de 50% das ações do Banco do Brasil (BBAS3) nos últimos meses, comparativamente a tabela mostra que o banco estatal tem avaliação inferior.
“A gente entrega, mas mercado ainda fica com pé atrás com a gente. Existe uma percepção de risco muito maior porque temos um controlador estatal”, disse Geovanne.
O executivo explicou ainda que a avaliação do banco não só é menor, como ainda caiu ao longo dos últimos anos.
O P/L, por exemplo, chegou a ser quase 40% superior no fim de 2010, quando a lucratividade do banco era menor.
“Eu não vejo razão econômica para precificar o banco neste patamar”, acrescentou ele. “Quero que o mercado tire um pouco a lente do preconceito.”
Segundo o WSJ Markets, de dez analistas que acompanham a ação do BB, nove tem recomendação de compra, enquanto um sugere venda.
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