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MRV (MRVE3) desaba na bolsa após UBS BB cortar recomendação de compra da ação
Empresas citadas na reportagem:
As ações da MRV (MRVE3) entraram no radar dos investidores e despencam no Ibovespa. A queda coincide com a decisão do UBS BB cortar a recomendação do papel de compra para neutro. A ação da MRV cai 9,46% no pregão da bolsa de valores nesta quinta-feira (8). Em relatório, o UBS rebaixou o preço alvo de R$ 20 para R$ 8,5 no período de 12 meses.
Ao rebaixar a ação da MRV, o UBS BB justifica que o modelo financeiro da companhia de construção civil é complexo porque se tornou mais dependente de soluções de crédito na operação brasileira. “Isso aumenta o risco e a complexidade das operações domésticas”, dizem analistas liderados por Victor Tapia.
O risco dos CRIs da MRV (MRVE3) segundo o UBS BB
De acordo com o relatório emitido nesta quinta-feira (8), a análise do UBS BB é de que a MRV depende da emissão de certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) para não queimar caixa no curto prazo. Na avaliação de analistas, o fluxo de caixa livre da empresa está fragilizado.
Nas projeções do banco de investimentos, a MRV vai continuar a emitir títulos de crédito pelos próximos três anos. O UBS prevê uma emissão na ordem de R$ 1,6 bilhão neste ano, de mais R$ 1,2 bi em 2025 e de R$ 800 milhões para 2026 e 2027. Os CRIs devem ter um prêmio de CDI + 4%, o que “deve pesar consideravelmente contra despesas financeiras e o fluxo de caixa” da MRV.
UBS BB baixa estimativa de lucro da MRV para 2024
As previsão de novas emissões levaram o banco a reajustar para baixo a estimativa de lucro da MRV (MRVE3) em 56% para 2024 e em 47% em 2025. Isso, portanto, levou a uma baixa no múltiplo de lucro por ação, justificando o corte de recomendação das ações.
Mesmo assim, nota o banco, as emissões da MRV não devem enfrentar um problema de inadimplência. A taxa é de 5% para CRIs com prazo de 180 dias e de 8% para certificados de 90 dias.
Mas o que preocupa os analistas do UBS BB no balanço da MRV é a fatia de notas promissórias. Ou seja, notas que garantem que o valor que falta para quitar o imóvel será pago futuramente.
Entre 2015 e 2023, o volume bruto de recebíveis na modalidade de notas promissórias saiu de 30% para 60%, constata o UBS BB. “Esse crédito sem garantia está tomando uma fatia significativa da folha contábil da MRV, com poucos detalhes sobre as demonstrações financeiras”, dizem analistas.
“A MRV ainda sofre com as consequências de pressão sobre custos levantada pelo covid”, completa o relatório.
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