Petrobras: vale investir pensando em valorização das ações e novos recordes em 2025?

Confira análise sobre o que esperar da estatal em 2025. Empresa é uma das principais da bolsa de valores

Empresas citadas na reportagem:

O ano de 2024 começou com muitas incertezas para a Petrobras (PETR4; PETR3), mas terminou com os investidores contentes com o desempenho da companhia. E o resultado na bolsa de valores é bastante eloquente sobre esse sentimento. As ações da companhia bateram as máximas nominais da história.

No início de dezembro do ano passado, as ações da Petrobras (PETR3; PETR4) superaram a máxima histórica. No ponto alto da sessão do dia 10, as ações ordinárias bateram R$ 43,70 e as preferências (PETR4), R$ 40,43.

Mais recentemente, na semana do Natal, os papéis tinham ganhos de 20% (PETR3) e 17% (PETR4) em 2024.

Diante disso, ainda vale a pena investir em Petrobras em 2025 ou o melhor já passou? Agentes do mercado consultados pela Inteligência Financeira confiam que a empresa mantenha o bom desempenho no ano que se inicia.

Contudo, o preço do petróleo e a trajetória do dólar podem colocar algumas interrogações sobre como devem se comportar as ações da Petrobras na bolsa em 2025.  

Recomendação e preço-alvo

Mesmo com riscos, o sentimento dos agentes é majoritariamente positivo em relação à Petrobras (PETR4; PETR3).

Por exemplo, o Banco do Brasil prevê as ações preferenciais (PETR4) batendo R$ 48,50 em dezembro de 2025. Uma variação de +22% em 12 meses.

O banco prevê o mesmo valor para as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) ao final de 2025: R$ 48,50. Assim, a perspectiva é que esses papéis avancem bastante no período.

Da mesma maneira, a Genial elevou o preço-alvo das preferenciais de R$ 47 para R$ 48 por ação. Assim, a empresa aconselha os investidores a segurarem o papel ao longo de 2025. 

Da mesma maneira, o Itaú BBA tem preço alvo para o final de 2025 em R$ 48 para PETR4.

Desconto das ações da Petrobras na bolsa

A Genial vê um WACC (Custo Médio Ponderado de Capital) para Petrobras de 15%. Esse indicador é o que aponta o nível de desconto da ação na bolsa de valores.

As demais petroleiras sob cobertura da Genial (PRIO3, RECV3 e BRAV3) têm índice de desconto entre 11% e 12%.

“O olhar para os riscos de gestão e execução continuam sendo o cerne de nossa tese, dessa forma continuarem atentos à esses pilares”, alerta a Genial. Assim, a corretora ressalta como riscos as possíveis intervenções políticas e os movimentos do câmbio e do preço do petróleo.

Foco para 2025 e depois disso

O foco segue em exploração e produção (E&P), que receberá 82% do Capex total da compahia, buscando aumentar a produção no pré-sal. Nesse sentido, a competitividade do pré-sal “é sustentada por custos baixos e elevado potencial de crescimento, com a previsão de entrada de novas plataformas”. O destaque é de análise do Banco do Brasil.

“A Petrobras tem que continuar fazendo o que ela faz de melhor, a produção de petróleo em águas profundas, que foi onde ela desenvolveu grande expertise”, acrescenta Ilan Abertman, analista da Ativa.

Mas a empresa precisa continuar baixando custo de extração. “O ano de 2024 foi muito complicado em termos de licença”, destaca Abertman.

Isso porque quando a empresa tinha problemas nos seus campos de exploração não conseguia realizar as ações necessárias por conta da greve do Ibama. Isso travou a liberação de licenças e reduziu a produtividade.

Ainda assim, a companhia sustentou ótimos resultados operacionais e na bolsa de valores. Com a redução desses riscos, as perspectivas para os papéis seguem positivas.

Preço do petróleo e o impacto sobre PETR4 e PETR3

Mas há alguns desafios no caminho e a Petrobras vai precisar superá-los para estabelecer novos recordes na bolsa de valores. Um deles é o preço do petróleo. “A tese de petróleo já não é tão clara como foi”, avalia Abertman, da Ativa.

O nível de preço do brent tem flutuado entre US$ 70 e US$ 80. É um patamar de preço considerado moderado. Mas o futuro tende a ser de queda no valor da commodity.

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“Estados Unidos e China mostram que não estão fortes em demanda. Assim, do ponto de vista da oferta, tem que ver como será com (Donald) Trump, que no último governo aumentou bastante a produção americana”, alerta Abertman.

Além disso, na Opep há divisões no cartel. E elas podem trazer dúvidas para o mercado quanto às movimentações e restabelecimento das cotas produtivas.

Então, a Genial Investimento aponta “baixo espaço para crescimento” do preço do petróleo. A corretora indica alterações médias positivas de +0,6% por ano, entre 2025 e 2029.

Assim, o preço do Brent deve encontrar, respectivamente, um patamar de preço entre US$ 73,40 e US$ 69,00. Nesse sentido, o aumento acumulado será de apenas 3%. Além disso, a menor variação do período deve ser registrada exatamente em 2025.

Câmbio

A Petrobras (PETR3; PETR4) se beneficia da exportação de petróleo e por isso vê sua receita aumentar com o dólar em alta. Por outro lado, a companhia pode sofrer com o repasse de custos ao mercado interno.

“Dado o histórico da empresa, como uma companhia estatal, e seu comando sob o atual governo, com o passado de alterações na dinâmica de mercado, pode-se entender que há mais um risco que não pode ser ignorado”, diz a Genial com relação ao impacto da alta do dólar.

Renováveis

O mercado se mostrou otimista com o plano de investimentos da empresa até 2029. E isso aconteceu por um motivo especial. O foco em segmentos onde ela é referência, como extração de combustível fóssil.

Contudo, a empresa também fez promessas de movimentos em refino e combustíveis renováveis, sobretudo com relação a esse segundo item.

Mesmo nessa linha do programa – que significa mais riscos na visão dos investidores – a percepção foi positiva. Isso porque o foco em renováveis está na produção de etanol, que a empresa também tem expertise e infraestrutura pronta.

Abertman ressalta que havia “dúvidas quanto às taxas de retorno em renováveis”. Mas isso foi dirimido com o anúncio de foco em etanol.

Já com relação a refino, o BB aponta que o plano quinquenal mostra “equilíbrio entre a consolidação de seu negócio mais rentável, o pré-sal, ao mesmo tempo em que amplia iniciativas em refino (+17% em relação ao plano anterior)”.

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