Petróleo cai mais de 5% com receio de queda na demanda com lockdown na China
Xangai, cidade mais populosa e capital financeira do país, elevou as restrições para conter o avanço de casos da doença
Os preços do petróleo intensificaram o ritmo de queda e recuam mais de 5%, com os investidores voltando à atenção ao agravamento do surto da covid-19 na China, o que elevou as preocupações quanto ao potencial impacto na demanda pela commodity. O movimento ocorre apesar de vários fatores que sustentam um potencial de alta dos preços da commodity.
Às 8h20, o contrato futuro do petróleo tipo WTI, a referência americana, com vencimento em maio, caía 5,27%, a US$ 107,90 por barril; enquanto o contrato futuro do petróleo tipo Brent, a referência global, com vencimento em junho, recuava 4,69%, a U$ 111,88 por barril.
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Os investidores estão atentos ao lockdown em Xangai, em meio ao aumento de infecções por covid-19 por causa da disseminação da variante ômicron do coronavírus. O bloqueio na capital cidade, com mais de 23 milhões de habitantes, será conduzido em duas fases nos próximos dias e é o mais extenso lockdown desde o trancamento de Wuhan, onde o vírus foi detectado pela primeira vez, confinando mais de 10 milhões de pessoas.
“Os mercados estão sob alguma pressão devido aos receios com a pandemia em Xangai, com a cidade em uma espécie de confinamento e potencial impacto nas cadeias de fornecimento de tecnologia e veículos elétricos”, disse Stephen Innes, sócio-gerente da SPI Asset Management, em nota.
Ainda assim, vários catalisadores dão sustentação a uma potencial subida dos preços do petróleo. Entre eles, a IG cita o impasse do acordo nuclear do Irã e qualquer escalada dos ataques às instalações petrolíferas na Arábia Saudita. “Essa notícias geraram receios sobre a oferta global e ajudaram a impulsionar os preços em mais de 10% na semana passada”, comenta, em relatório. Há também interrupções inesperadas no fluxo da commodity no terminal Caspian Pipeline Consortium (CPC) do Cazaquistão, na costa russa do Mar Negro.
Além disso, a equipe da IG avalia que os contratos futuros do petróleo testam uma forte resistência gráfica, depois de o vencimento para maio do barril tipo Brent testar o nível técnico de US$ 118 o barril na semana passada. “Isso continua a ser um importante nível a ultrapassar”, concluiu.
No horário acima, o contrato caía 4,78%, a US$ 114,88 por barril.
Os investidores também estão atentos à reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), na quinta-feira. Para analistas, o cartel está sob pressão dos países ocidentais consumidores de petróleo para aumentar a produção de modo a compensar a perda de fornecimento por parte da Rússia. Porém, a expectativa é de que qualquer revisão no cronograma possa comprometer a própria aliança.