Lágrimas de Sal: Alvo da Polícia Federal, Braskem (BRKM5) diz que colabora com as investigações

Apuração destaca que foram identificados indícios de apresentação de dados falsos e omissão de informações relevantes sobre os riscos

Detalhe de site da Braskem (BRKM5). Foto: Rafael Henrique/SOPA Images/Reuters
Detalhe de site da Braskem (BRKM5). Foto: Rafael Henrique/SOPA Images/Reuters

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira a Operação Lágrimas de Sal dentro do caso que trata da apuração de “crimes cometidos no decorrer dos anos de exploração de sal-gema em Maceió”. Entre os alvos estão um diretor, gerentes, técnicos e consultores da Braskem (BRKM5).

De acordo as investigações, aponta a PF, foram apurados indícios de que as atividades de mineração desenvolvidas em bairros da capital de Alagoas, entre 1976 a 2019, “não seguiram os parâmetros de segurança previstos na literatura científica e nos respectivos planos de lavra, que visavam garantir a estabilidade das minas e a segurança da população que residia na superfície”.

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“Além disso, foram identificados indícios de apresentação de dados falsos e omissão de informações relevantes aos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização da atividade, permitindo assim a continuidade dos trabalhos, mesmo quando já presentes problemas de estabilidade das cavidades de sal e sinais de subsidência do solo acima das minas”, diz a nota da PF.

Lágrimas de Sal

Aproximadamente 60 policiais federais cumpriram 14 mandados judiciais de busca e apreensão, dos quais 11 em Maceió, dois no Rio de Janeiro (RJ) e um em Aracaju (SE). Todos os mandados foram expedidos pela Justiça Federal do Estado de Alagoas.

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Segundo a PF, o nome da Operação Lágrimas de Sal “é uma referência ao sofrimento causado à população pela atividade de exploração de sal-gema, que obrigou as pessoas a deixarem suas casas em razão do risco decorrente da instabilidade do solo nos bairros afetados”.

“Os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de poluição qualificada, usurpação de recursos da União, apresentação de estudos ambientais falsos ou enganosos, inclusive por omissão, entre outros delitos”, completa a nota.

O que a Braskem diz

A empresa se manifestou em nota oficial sobre a operação da Polícia Federal.

“A Braskem está acompanhando a operação da PF nesta manhã e informa que está à disposição das autoridades, como sempre atuou. Todas as informações serão prestadas no transcorrer do processo”.

Em seu site de relações com investidores, a empresa também divulgou outro comunicado ao mercado:

“A Braskem vem comunicar aos seus acionistas e ao mercado em geral que a Polícia Federal, no âmbito da operação ‘Lágrimas de Sal’, cumpriu nesta data mandados judiciais de busca e apreensão que envolveu integrantes e ex-integrantes e a planta de cloro soda de Alagoas da companhia. A companhia informa que está e sempre esteve à disposição das autoridades e que prestará todas as informações no transcorrer do processo”.

Desempenho das ações

Mesmo com a Polícia Federal no encalço, as ações da Braskem (BRKM5) subiam no pregão desta quinta na B3. Por volta das 14h55, os papéis da petroquímica avançavam 5,49%, enquanto o Ibovespa exibia ganhos de 0,66%.

Assim, as ações ampliavam a recuperação no mês de dezembro, com alta acumulada acima de 5%. Contudo, os papéis baixavam na faixa de 15% na leitura em 12 meses.

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