Potencial fusão de Aliansce e BR Malls vale R$ 13 bi

As administradoras de shoppings Aliansce e BR Malls estão em conversas preliminares para uma potencial fusão, apurou o “Pipeline”, do Valor Econômico. Ainda não há nada vinculante, mas já houve uma primeira reunião entre Renato Rique, presidente do conselho da Aliansce, e José Afonso Castanheira, presidente do conselho da BRMalls, conforme fontes próximas às companhias. Na conversa, Rique e Castanheira combinaram de tocar o assunto nos primeiros dias de janeiro.
Juntas, Aliansce e BR Malls podem formar uma companhia de quase R$ 13 bilhões de valor de mercado e uma carteira de mais de 50 shoppings. A BR Malls vale R$ 7,04 bilhões com um portfólio de 31 shoppings. Já a Aliansce vale em bolsa R$ 5,57 bilhões, detendo 22 shoppings e administrando outros 11 de terceiros.
O flerte entre as companhias é antigo e já esquentou e esfriou ao menos duas vezes nos últimos cinco anos. Desta vez, a provocação vem da Aliansce, segundo as fontes. A Aliansce contratou o banco BTG Pactual como assessor financeiro nessasconversas. A administração da companhia vem debatendo com o conselho formas de ganhar musculatura no setor de forma mais agressiva, aumentando a escala e aproveitando múltiplos mais oportunísticos, incluindo outros potenciais ativos de companhias fechadas.
Durante a pandemia, com restrições de horário e períodos de lockdown, os balanços e as ações de empresas do setor sofreram. Em bolsa, tanto Aliansce quanto BR Malls valem hoje menos da metade do que valiam no início de 2020. No ano, a ação da Aliansce acumula queda de 24% – no balanço, os números já são melhores que no ano passado, com alta de 14% na receita líquida em nove meses, com crescimento da margem de lucro, chegando a 26,3% no terceiro trimestre. Na BR Malls, a quedado papel no ano é de 15%, mas em nove meses de 2021 a receita líquida aumentou 17,5% em relação ao mesmo período do ano passado e a companhia voltou ao lucro.
As companhias contam ainda com um forte acionista em comum. Aliansce e BRMalls têm o fundo canadense CPPIB na maior posição do capital de ambas – na primeira com 23%, onde há outros acionistas de referência como a alemã Cura Brazil, a própria Sonae e Renato Rique, e na segunda, que tem capital pulverizado, com 9,6%.
As tratativas iniciais acontecem dois anos depois de a Aliansce ter se fundido com a Sonae e 13 meses após uma tentativa frustrada de fusão da BR Malls com a Ancar Ivanhoe.
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