Prio (PRIO3) compra fatia da Equinor no campo de Peregrino por US$ 3,3 bilhões; ações disparam
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Aguardado por ser um dos movimentos de fusão e aquisição mais importantes do setor de óleo e gás do ano, a Prio (PRIO3) comprou a participação restante da petroleira norueguesa Equinor no campo de Peregrino, localizado na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro. A transação foi avaliada em US$ 3,3 bilhões. A companhia brasileira anunciou a operação nesta sexta-feira (2). As ações da Prio (PRIO3) dispararam na sessão do Ibovespa após o acordo.
A Prio operava Peregrino em consórcio com a Equinor. A gigante norueguesa detinha 40% do controle em conjunto com direito de operação do campo, e mais 20% em participação. Segundo a petroleira, o acordo agrega 202 milhões de barris de óleo às reservas próprias e comprovadas.
Compra de Peregrino faz ações (PRIO3) saltarem no Ibovespa
Para o Banco Safra, a aquisição pode levar à diminuição de despesas operacionais da Prio no campo que antes pertencia à Equinor. Além disso, o banco antecipa ganhos de receita a partir da comercialização de petróleo com a participação de 100% de Peregrino.
Mas o preço pago pelo acordo “veio abaixo do esperado” pela Prio. A brasileira comprou os primeiros 40% de Peregrino em setembro por US$ 1,9 bilhão.
Mesmo assim, ações da Prio (PRIO3) lideraram a ponta positivo do Ibovespa.
“O valor pago implica em um prêmio de 17% sobre o que a Prio pagou pela fatia inicial”, diz o Safra em relatório.
A Prio dividiu o acordo em três partes que, juntas, somam US$ 3,3 bilhões. Em primeiro lugar, a empresa comprou 40% pelo controle e operação da Equinor por US$ 2,2 bilhões e, além disso, US$ 951 milhões pela participação.
O acordo contém uma clausula de earn out de US$ 166 milhões, correspondente ao que a Prio pode pagar após a conclusão do acordo.
A brasileira espera, assim, concluir a operação entre o final de 2025 e meados de 2026, de acordo com comunicado ao mercado.
A aquisição será paga com recursos em conta corrente, informou a Prio, além do caixa gerado pela companhia em exercícios financeiros até o fim da operação. Por consequência, a alavancagem da junior oil sobe para duas vezes dívida líquida sobre Ebitda.
A empresa afirma, no entanto, que o nível de endividamento por lucro operacional “permanecerá dentro de faixas saudáveis e conservadoras”.
A operação precisa ser aprovada tanto pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) quanto pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
100% de Peregrino deve render 60 mil barris à Prio
Investidores receberam bem o acordo desta sexta. O banco Goldman Sachs avalia que o negócio deve acrescentar 60 mil barris à produção mensal de petróleo ao volume atual de 105 mil da Prio.
Com o preço do barril de petróleo a cerca de US$ 60, o Goldman estima que a taxa interna de retorno (TIR) da Prio na compra de Peregrino deve variar de 10% a 15%.
Já o Citi diz que o acordo “foi uma surpresa” para o mercado. O banco não esperava que a petroleira comprasse a fatia da Equinor até 2026.
“Não vemos o preço pago como uma barganha”, diz o Citi. “Mas é um acréscimo para a tese de investimento”, segue o banco sobre as ações da Prio (PRIO3).
O Citi projeta, assim, um incremento de 58 mil barris de óleo por dia à produção mensal da Prio.
Por outro lado, o Goldman afirma que a criação de valor da compra de 100% de Peregrino “depende da extração de sinergias” pela Prio.
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