Projeções para 2023: Investidores vão operar juro e câmbio e deixar bolsa em espera, diz ex-BC

Rodrigo Azevedo faz projeções para 2023 que apontam para um ano que poderia ser promissor ao Brasil, mas problemas fiscais devem atrapalhar

Rodrigo Azevedo, ex-diretor do Banco Central e sócia da Ibiúna Investimentos - Foto: divulgação
Rodrigo Azevedo, ex-diretor do Banco Central e sócia da Ibiúna Investimentos - Foto: divulgação

Algumas projeções para 2023 apontam que o próximo governo de Lula não deve se aproximar dos seus dois primeiros mandatos, mas ser algo mais parecido com as gestões de Dilma Rousseff entre 2011 e 2016. O resultado pode ser de juro real mais alto e travas ao crescimento econômico do país, com impacto direto sobre os investimentos.

Entre os adeptos dessa visão está Rodrigo Azevedo, ex-diretor do Banco Central e sócio da Ibiúna Investimentos. “Tudo que a gente ouviu da eleição para cá indica que não estaremos naquele regime, de 2003 a 2010, mas, sim, no de 2011 a 2015”, afirmou o especialista durante painel do Macro Vision, evento organizado pelo Itaú, em dezembro.

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Ele aponta que o aumento de gastos deve elevar os juros sem que o crescimento seja alavancado, acrescentado de uma recessão no mundo desenvolvido. E isso tudo vai impactar nas decisões dos investidores por aqui.

“A gente vai voltar para aquele modelo de operar juros e câmbio, e deixar a bolsa ‘guardada’, esperando que volte a subir em algum momento”, completou.

Contexto global poderia ser promissor

A histórias dos últimos dois anos de aperto monetário global sincronizado, começou nos mercados emergentes em 2021 e tomou grande proporção nos mercados desenvolvidos em 2022.

A alta global de juros, a maior dos últimos 40 anos, terá como uma das consequências a desaceleração de algumas economias centrais. Ainda assim, Azevedo avalia que o momento de aperto monetário está chegando ao fim, o que poderia abrir uma janela de oportunidade para o Brasil.

Além disso, ele avalia que o fato de o Brasil ser credor em dólar poderia favorecer a economia local. Mas esses fatores tendem a ser revertidos pela política econômica do novo governo”, afirmou. “Se o cenário virasse e a gente tivesse um bom direcionamento fiscal, poderia ser um ano muito bom”, concluiu.

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