O que está por trás da queda da Azul (AZUL4) no Ibovespa? Oferta de ações decepcionou, diz XP

Oferta de novas ações da companhia aérea decepciona e ação da Azul despenca no Ibovespa; veja por que AZUL4 deve continuar em queda
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  • Ações da Azul (AZUL4) caem após oferta subsequente de ações abaixo do esperado.
  • Demanda fraca diluiu a base de acionistas e limitou a redução da dívida.
  • XP Investimentos aponta dificuldades da Azul em obter crédito no mercado.
  • Analistas preveem tendência de queda das ações, apesar do potencial futuro.
  • A oferta arrecadou R$ 1,66 bilhões, abaixo do teto de R$ 4,1 bilhões.
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Empresas citadas na reportagem:

As ações da Azul (AZUL4) estão em queda livre no Ibovespa e hoje estão com cotação abaixo da oferta subsequente de papéis que fez parte do programa de reestruturação da companhia aérea.

Analistas explicam que o papel cai no principal índice da bolsa de valores porque o follow-on teve demanda mais fraca que o esperado, ao mesmo tempo em que diluiu a base de acionistas existente.

A XP prevê diminuição limitada do endividamento da Azul frente ao lucro operacional como resultado da baixa demanda. O objetivo da Azul de substituir notas de dívidas com vencimento em 2029 e 2030 não foi totalmente cumprido.

Para a XP, a tendência é de que a companhia enfrente dificuldades de demanda por crédito, o que prejudica o plano de reestruturação

Ações da Azul (AZUL4) desabam pelo segundo dia consecutivo

O follow on da Azul previa uma emissão com piso de R$ 1,61 bilhões e teto de R$ 4,1 bi em novas ações. A oferta total foi de R$ 1,66 bi. Porém, a demanda adicional não ultrapassou um terço do esperado, informou a própria empresa.

“Devido à demanda reduzida dos acionistas existentes, a entrada de novo capital foi inferior ao esperado por parte dos investidores”, notam os analistas Pedro Bruno, Matheus Sant’anna e João Ramiro, da XP.

Na quinta-feira (24), as ações da Azul recuaram cerca de 25% no Ibovespa, despontando como maior queda do pregão.

Pelo valor da oferta concluída, a XP nota que somente 35% dos títulos de dívida da Azul podem ser convertidos em ações. Ademais, a demanda extra de investidores chegou somente a R$ 48 milhões.

Isso explica em parte por que as ações da Azul também estão em queda nesta sexta-feira (25).

“A oferta de ações não atendeu as expectativas do mercado”, diz Danielle Lopes, analista da Nord Investimentos.

“A ideia era fazer o follow on e diminuir o endividamento abaixo de 3,5 vezes o valor da operações. Mas eles continuam carregando uma dívida expressiva em real”, continua.

“O ganho de oferta foi super marginal. Houve desalinhamento de expectativas do mercado”, diz Danielle.

Mas, mais grave ainda na visão da analista da Nord, é a ausência de apetite do investidor. Para ela, a falta de demanda mostra que a companhia pode enfrentar problemas de crédito no mercado.

O follow-on fez parte do processo de reestruturação de capital da Azul (AZUL4). A empresa vem tentando diminuir seu endividamento. E janeiro, assinou um memorando para realizar uma fusão com a rival brasileira Gol (GOLL4).

“No longo prazo, a tese de Azul continua extremamente elástico. Amanhã, se ela tiver um balanço de pagamento mais favorável, a ação pode decolar”, diz a analista.

Para a Nord, contudo, a tendência é de que as ações da Azul continuem em tendência de queda.

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