Rogério Xavier, da SPX, critica Congresso e se diz desanimado com mercado de ações no Brasil
Gestor da SPX diz que não vê inflação convergindo para meta e que Congresso é 'grande câncer no Brasil'
De passagem pelo Brasil, Rogério Xavier, fundador da SPX Capital, se mantém desanimado com os ativos brasileiros de renda variável. Para ele, a melhora do mercado local de janeiro para cá segue no embalo dos emergentes. Para o decorrer do ano, no entanto, as perspectivas continuam difíceis.
“O mercado é assim mesmo”, disse ele, referindo-se às ultimas semanas na bolsa. Para ele, faltam fundamentos para um ciclo de alta.
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“Há uma percepção de mercado que o valuation do mercado acionário brasileiro está barato. Eu, particularmente, não sei de onde vem isso. A perspectiva, no entanto, que você tem sobre o endividamento brasileiro é difícil”, destacou.
Rogério Xavier participou na terça-feira (25) de um evento organizado pelo BTG em São Paulo, o CEO Conference. Ele falou sobre as perspectivas para o mercado ao lado de André Jakurski, da JGP, e Luis Stuhlberger, da Verde.
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Rogério Xavier critica Congresso
Xavier, assim, rebateu a opinião do chairman do BTG, André Esteves, que minutos antes havia dito que a inflação, a depender do ritmo da economia, tenderia a convergir para a meta no longo prazo.
“Eu não acredito nisso. Assim, acho que a inflação nunca mais cai se a gente não encarar definitivamente a questão do déficit fiscal”, disse o fundador da SPX, que mora em Londres, na Inglaterra.
Geralmente, quando vem ao Brasil, o gestor participa de eventos como esse da BTG e traz um assunto novo que, não raro, ganha eco na Faria Lima.
Dessa vez, a pauta de Xavier passa pela a escalada dos gastos federais, que segundo ele não é responsabilidade exclusiva do governo. Os parlamentares também corroboram para o problema.
“Eu acho que o grande câncer no Brasil se chama Congresso Nacional”, afirmou.
“Enquanto a gente tiver o Congresso colocado da maneira como ele está, com emenda impositiva, derrubando veto presidencial, não tem jeito”, destacou.
“Assim, não tem ideologia, não tem Tarciso (de Freitas), não tem Deus. Não tem ninguém que vá mudar a sanha, a vontade dos políticos de gastarem”, pontuou.
