Safra pede à Justiça a imediata suspensão da recuperação judicial da Americanas

O Safra alega ainda que não foi cumprido um dos requisitos objetivos para o ajuizamento da recuperação: a apresentação dos três últimos balanços

Edifício do Banco Safra na Avenida Paulista em Sao Paulo. Foto: Wikimedia
Edifício do Banco Safra na Avenida Paulista em Sao Paulo. Foto: Wikimedia

Credor da Americanas com mais de R$ 2 bilhões a receber, o Banco Safra tenta suspender na Justiça a tramitação do processo de recuperação judicial da varejista. Em recurso apresentado à Justiça na sexta-feira (20), a instituição financeira argumenta que seria necessária uma perícia para determinar as reais condições da Americanas.

“Ora, existe confissão de irregularidade contábil bilionária nos balanços das agravadas [Americanas], que não encontra qualquer precedente semelhante no país. Sob qualquer ótica que a questão venha a ser estudada, certamente existirá a constatação da prática de ilícitos, em relação aos quais somente ainda não se sabe se praticados com dolo ou culpa, e quais são os responsáveis”, argumentam os advogados do banco.

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O Safra pede também a imediata suspensão da ordem de devolução de R$ 95 milhões em recursos da Americanas que foram retidos pelo banco ou, ao menos, a ampliação do prazo para 24 horas.

Na decisão em que aceitou o pedido de recuperação judicial da Americanas, em 19 de janeiro, o juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, deu prazo de seis horas para os bancos Votorantim, Safra, Bradesco e Itaú restituírem valores da Americanas compensados a título de liquidação antecipada de dívidas.

Nesta segunda-feira (23), o Safra ajuizou uma reclamação, com pedido de liminar, requerendo novamente a imediata suspensão da ordem de devolução de R$ 95 milhões pertencentes à Americanas.

O agravo de instrumento está sob a relatoria da desembargadora Leila Santos Lopes, do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ). E a reclamação com pedido de liminar está sob a relatoria do desembargador Flavio Fernandes, também do TJ-RJ.

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