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Descubra os setores da bolsa de valores que deixam os investidores mais otimistas atualmente
Pesquisa feita pelo Santander durante sua conferência anual, na semana passada, em São Paulo, mostrou que 61% dos investidores esperam aumentar sua alocação em ações brasileiras nos próximos seis meses. De acordo com o banco, isso sinaliza um aumento recente do otimismo, impulsionado principalmente pela perspectiva de queda dos juros nos EUA.
Dentre os participantes, 52% esperam um aumento moderado da exposição, enquanto 9% estimam que o aumento será significativo. Além disso, 29% não esperam nenhuma mudança, 6% preveem queda moderada e 4%, recuo acentuado. A base de respondentes é formada principalmente por residentes no Brasil (86%).
Otimismo com ações brasileiras
Responsável pela área de research e estratégias do Santander Brasil, Aline Cardoso afirma que a visão dos investidores representa uma mudança em relação à percepção que a instituição vinha captando há duas ou três semanas. “Só não estão mais otimistas porque os fundos locais continuam registrando resgates”, diz.
Quando perguntados sobre quais fatores mais influenciarão o comportamento das ações brasileiras nos próximos seis meses, os participantes citaram principalmente (49%) as respostas monetárias do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). Na segunda colocação aparece a perspectiva fiscal (42%) e só na terceira posição aparecem as decisões do Banco Central brasileiro (24%).
“A mudança na visão de investidores vem principalmente da consolidação da perspectiva de redução dos juros nos EUA”, diz Mariana Cahen, que comanda a área de renda variável da corretora do Santander no Brasil. “Há também a questão de que os ativos aqui estão baratos, mas já estavam antes, então não foi isso que mudou”, acrescenta. De acordo com a pesquisa, 66% dos participantes acreditam que as ações brasileiras estão baratas.
Em relação aos juros no Brasil, a maioria dos entrevistados vê um cenário de alta da Selic. Dos participantes, 58% acreditam que a taxa pode estar em 11% ao ano ou mais no final de 2025, ante o patamar atual de 10,5%. Cardoso afirma, no entanto, que, no cenário atual, essa perspectiva de elevação está sendo interpretada como um sinal de credibilidade do BC, o que pode afetar positivamente a curva de juros longa e, consequentemente, as ações.
Setores em alta na bolsa
O banco destaca ainda como ponto positivo o fato de as empresas nacionais estarem registrando resultados melhores. A pesquisa mostra otimismo de investidores principalmente com os setores de “bancos”, “imobiliário” e “varejo e consumo”. Os destaques negativos, por sua vez, são “metais e mineração” e “agronegócio”.
O setor financeiro tradicionalmente aparece nas primeiras colocações da pesquisa, enquanto o imobiliário tem sido beneficiado pelas medidas de incentivo anunciadas pelo governo, explica Cardoso. O varejo, por sua vez, parece viver uma “mudança de chave”, com tendências melhores após um período desafiador, acrescenta.
Assim como a expectativa em relação à decisão do Fed motivou a mudança de cenário em relação às ações brasileiras, esse também é o principal fator de risco, explica a responsável pela área de research do banco.
Dessa forma, é preciso acompanhar os indicadores de atividade, como o relatório de empregos dos EUA, o “payroll”, e as sinalizações do BC americano. “E há sempre a discussão fiscal no Brasil, mas não esperamos nenhuma ruptura, parece ser uma questão mais acomodada”, acrescenta.
Com informações do Valor Econômico
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