S&P 500 acumula perda superior a 20% em 2022. Saiba como escolher ações defensivas

Bolsas americanas caem em novo dia de aversão a risco

Foto: Pixabay
Foto: Pixabay

Os três principais índices acionários de Wall Street operam com queda consistente nesta quinta-feira, em um dia em que o investidor se mantém distante de ativos de risco. A sessão finaliza não apenas o mês de junho, mas o primeiro semestre do ano, que foi marcado por uma forte desvalorização das referências em meio a um aperto monetário bastante agressivo do Federal Reserve (Fed), com alta de 1,5 ponto percentual nas taxas dos Fed Funds, além do BC americano ter iniciado seu enxugamento de seu balanço patrimonial (o chamado “Quantitative Tightening”).

Às 11h20, o índice Dow Jones operava em queda de 1,63%, enquanto o S&P 500 perdia 1,83% e o Nasdaq recuava 2,67%. No acumulado do ano, as três referências são penalizadas, com retração aproximada de 16%, 21,3% e 30,4%, respectivamente. Com a queda superior a 20% do S&P 500, o índice caminha para seu pior primeiro semestre desde 1970, segundo a Dow Jones Market Data.

Inscreva-se e receba agora mesmo nossa Planilha de Controle Financeiro gratuita

Com a inscrição você concorda com os Termos de Uso e Política de Privacidade e passa a receber nossas newsletters gratuitamente

Entre os índices setoriais, apenas um registra alta no acumulado dos últimos seis meses, que é o de energia, com ganhos de 31,18%. O setor se beneficiou do avanço dos preços do petróleo devido principalmente à guerra na Ucrânia. Em 2022, o contrato Brent sobe cerca de 52,4%, enquanto o WTI avança 48,2%.

Em meio a esse cenário de valorização do petróleo, as ações da Exxon Mobil subiram aproximadamente 41,1% no período, enquanto as da Chevron avançaram 24,6%. Na sessão desta quinta-feira, no entanto, o petróleo segue em queda superior a 1%, em meio à realização de lucros e temor por uma recessão.

Enquanto na dianteira, o setor de energia registrou fortes ganhos, na lanterna o segmento de consumo discricionário foi o que apresentou o pior desempenho, com queda aproximada de 34,2%. Deste grupo, as ações de peso da Amazon e da Tesla recuaram até aqui cerca de 37,7% e 37,5%, respectivamente. O setor de turismo foi um dos mais penalizados dentro deste grupo, com as ações da empresa de cruzeiros Royal Caribbean caindo 53,1%, e a as da rede de cassinos e hotéis Caesars perdendo 56,9%.

Na sessão desta quinta, em meio à fuga do investidor de ativos de risco, o dólar segue operando perto da estabilidade, apesar de bastante oscilação. O mesmo movimento ocorre com o ouro, que no horário acima tinha seu contrato para agosto registrando perda de 0,12%. Os rendimentos dos títulos do Tesouro permanecem enfraquecidos, com o yield da T-note de dez anos operando a 3,023%, de 3,096% do último fechamento.

Os investidores estão cada vez mais convencidos de que o ritmo dos aumentos das taxas provocará uma recessão. Cerca de 90% dos investidores esperam que os EUA entrem em recessão antes do final de 2023, de acordo com uma pesquisa do Deutsche Bank publicada na quinta-feira. Apesar do S&P 500 ter caído em um mercado de baixa, 72% dos investidores pesquisados esperam que o S&P 500 caia para o nível 3.300 de seu nível atual de 3.818,83 antes que possa se recuperar.

Uma razão para isso pode ser que alguns investidores ainda acham que muitas ações estão supervalorizadas após um aumento ininterrupto nas avaliações nos últimos dois anos. “Apesar do que aconteceu, ainda não estamos encontrando muitas ações baratas”, disse David Donabedian, diretor de investimentos da CIBC Private Wealth US, acrescentando que acha que as previsões para as próximas temporadas de lucros são muito otimistas. “O mercado precisa ficar mais objetivamente barato”, disse ele à “Dow Jones Newswires”.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


Últimas notícias

VER MAIS NOTÍCIAS