Vivara (VIVA3) pode surpreender e ser ‘joia do primeiro trimestre’, diz Bank of America

Além da Vivara (VIVA3), banco espera surpresa positiva de Track&Field (TFCO4) nos resultados em meio a juros altos

Empresas citadas na reportagem:

O varejo brasileiro enfrenta queda de confiança do consumidor provocada pela Selic, e os resultados de empresas do setor devem ilustrar as dificuldades de manter receita em meio ao alto endividamento pelos juros, alerta o Bank of America. Para o banco, contudo, duas ações podem surpreender investidores na atual temporada de balanços pelo aumento de lucro líquido: Vivara (VIVA3) e Track&Field (TFCO4).

Analistas do BofA dizem que o inventário de ouro de 24 quilates da rede de joias se valorizou no período. Em abril, a cotação do ouro disparou em meio à guerra comercial travada entre Estados Unidos e China. O serviço de renovação de peças pode trazer mais surpresa positiva na receita da empresa nos primeiros três meses do ano. Outras varejistas devem reportar números menos expressivos no trimestre.

Vivara (VIVA3) e Track&Field (TFCO4) têm vantagem no 1º tri

A Vivara deve crescer ainda mais no primeiro trimestre, impulsionada por alta nas receitas. O BofA acredita que a companhia vai manter o bom momento em vendas, apoiada pela alta de seu serviço de criação de diamantes em laboratório.

De acordo com a XP Investimentos, a confecção de joias em laboratório traz grande redução de custos à Vivara (VIVA3). Peças feitas dentro da empresa têm, afinal, preço 70% menor que diamantes naturais.

A receita da rede de lojas deve expandir 18% nos primeiros três meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2024. Do outro lado, esforços da joalheria para reduzir despesas, como gastos administrativos, deve levar a um aumento de margem da operação de 2,44 pontos percentuais.

No fim, a Vivara (VIVA3) deve dobrar o lucro líquido no ano a ano, projeta o Bank of America.

Já a Track&Field (TFCO4) deve surfar o que analistas do banco chamam de “tendências de bem-estar e fitness” para impulsionar vendas em lojas. “A receita da marca deve crescer 22%”, disse a equipe de analistas liderada por Robert Ford.

Já o lucro líquido deve crescer na ordem de 23%, afirmou o BofA.

O banco americano recomenda a compra das duas ações.

Quem deve decepcionar?

Fora as ações dessas duas empresas, outras podem decepcionar investidores. O BofA nota que o setor continua pressionado na bolsa de valores devido ao forte aluguel de papéis em fluxo livre para posições vendidas, ou shorts, que lucram com a queda do ativo.

Além disso, juros altos e a queda da confiança do consumidor podem pressionar as varejistas no primeiro trimestre.

Uma exceção no mercado, disse a equipe de Robert Ford, deve ser no ramo de vestuário. O clima mais quente levou mais consumidores às lojas de roupas no primeiro trimestre.

Do lado oposto de Vivara (VIVA3) e Track&Field (TFCO4), Casas Bahia (BHIA3), Magazine Luiza (MGLU3) e Pão de Açúcar (PCAR3) devem seguir pressionados pelo alto endividamento atrelado ao DI, ligado aos juros.

A rede de supermercados deve manter vendas em mesmas lojas altas e na média histórica, mas a alavancagem de lucro operacional sobre dívida deve ser um contrapeso.

No Magalu, a expectativa é de desaceleração de vendas em lojas físicas. O BofA antecipa um crescimento modesto em volume vendido tanto no próprio site quanto no marketplace de terceiros.

Para Pão de Açúcar e Magazine Luiza, o BofA possui recomendação de underperform, ou o equivalente à venda.

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