Dividendos da Copel (CPLE6): quanto a empresa paga? Vale a pena investir ainda? Veja

A Copel (CPLE6) é uma das principais companhias do IEE, índice das empresas de energia elétrica da bolsa de valores. A empresa se mostrou boa pagadora de proventos, apesar dos percentuais mais modestos distribuídos este ano. Nesse sentido, confira o histórico de dividendos da Copel e se ainda vale investir na empresa pensando nesse tipo de retorno.

Antecipadamente, vale dizer que a Copel aparece como a empresa com a maior mediana entre as elétricas pagadoras de dividendos quando o assunto é dividend yield.

Além disso, a Copel teve também o maior yield anual do período analisado abaixo: 24,49% em 2021, superando a Taesa, segunda colocada, por quase dez pontos percentuais naquele ano.

Antes de seguirmos a uma análise detalhada do papel, vale dizer que a Copel paga nova rodada de dividendos no finzinho de novembro. Aqui, você encontra mais detalhes sobre a agenda de dividendos.

Dividend yield das elétricas desde 2020: valores anuais e medianas (%)

A mediana é um indicador que seleciona o valor que está exatamente no meio entre os maiores e os menores valores e busca evitar que os valores das pontas, quando muito destacados, distorçam a comparação.

Dividendos da Copel: ‘positivos e regulares’

Para Ilan Arbetman, analista da Ativa, a Copel (CPLE6) é “bem regular” no pagamento de dividendos” e vale o investimento pensando em receber dividendos. “Não vejo grandes mudanças para a companhia em termos de dividendos e JCP” avalia.

“Ela (a Copel) vai continuar com um pagamento bom e regular, mas não vai ser nada tão destacado. Assim, não vejo nenhum evento novo como catalisador para uma distribuição maior”, acrescenta Ilan.  

Dividendos da Copel: quanto a empresa distribui do seu lucro?

• 65% do lucro liquido: alavancagem até 1,5 vez (dívida líquida/EBITDA)
• 50% do lucro líquido: alavancagem 1,5 vez até 2,7 vezes (dívida líquida/EBITDA)
• 25% do lucro líquido (mínimo por lei): mais que 2,7 vezes (dívida líquida/EBITDA)

A Ativa espera que a empresa consolide a faixa do meio, entre 1,5 vez e 2,7 vezes, para os próximos meses.

Assim, a companhia deve pagar 50% do lucro líquido. “É perto de quanto a empresa já vem pagando”, destaca Ilan.

No terceiro trimestre, a relação dívida liquida/EBITDA esteve em 1,9 vez.

Pagamento de bônus e investimentos podem afetar dividendos da Copel

Em termos de caixa, a Copel (CPLE6) tem uma “alavancagem bem controlada”, diz Arbetman.

Contudo, o investidor “tem que abrir os olhos porque nos próximos meses vamos ver a empresa pagando os bônus de outorga referente à renovação das concessões”.

“Essa é a prioridade em termos de caixa, resolver esses pontos para garantir as renovações”, acrescenta.

Dividendos por ação em reais informados na B3 nos últimos 12 meses             

Além disso, Arbetman destaca que “há grandes investimentos ainda para serem feitos em distribuição”.

Nesse sentido, “no último ano pré-revisão tem um nível de investimento maior para se aproveitar da depreciação dos ativos”, acrescenta.

Então, o ano pré-revisão é 2025, tendo em vista que as concessões são encerradas em 2026.

Dividendos totais desembolsados

Vale a pena investir na Copel?

Para Marcos Duarte, analista da Nova Futura, vale a pena investir nas ações da Copel. “A Copel é uma opção interessante pensando em dividendos, principalmente considerando os históricos de médio e longo prazo”.

Contudo, para o curto prazo, ele vê “outras opções mais atraentes no setor”.

“Alupar (ALUP11) é um dos meus ativos preferidos, mas temos ainda Cemig (CMIG4), Celesc (CLSC4), Transmissão Paulista (TRPL4) e Equatorial (EQTL3) são excelentes empresas do setor”, avalia Duarte.

Ele vê essas empresas na frente na questão de energia verde, que deve ter demanda aumentada no futuro próximo.

Além disso, crê que essas companhias estão à frente da Copel (CPLE6) “nas questões que envolvem custo contra qualidade da energia”.

Pensando em valorização dos papéis, Duarte vê “leve alta” contra a leve queda, de 6%, neste ano até agora.