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Ambev (ABEV3) deve ter aumento da receita e queda no lucro no 3º tri, projetam analistas
A Ambev (ABEV3) deve reportar queda de 24,5% no lucro do terceiro trimestre, em razão de maiores custos e de reversões de impostos registradas no mesmo período do ano passado. Já a receita líquida da companhia deve crescer 11,1%, refletindo a resiliência dos volumes totais após as fortes vendas no terceiro trimestre de 2021, segundo projeções dos analistas de BofA, BTG Pactual, Credit Suisse e Itaú BBA, compiladas pelo Valor Data.
De acordo com a mediana das projeções das quatro casas, o volume de vendas total da companhia deve ficar estável no terceiro trimestre, somando cerca de 45,6 milhões de hectolitros. Os volumes devem ser sustentados pelas operações internacionais da companhia, além do segmento de bebidas não-alcoólicas (NAB, na sigla em inglês).
O Credit Suisse estima que as bebidas não-alcoólicas ampliem o faturamento em 10%, impulsionado pelo maior consumo fora de casa após o auge da pandemia de covid-19.
De acordo com as projeções, os volumes de cerveja vendida no Brasil devem mostra recuo de 2,1%, para 23 milhões de hectolitros. O Credit Suisse destaca que o terceiro trimestre de 2021 é uma forte base de comparação. As analistas Marcella Recchia e Fernanda Sayão dizem que as vendas de cerveja devem crescer 35% ante o terceiro trimestre de 2019, período pré-pandemia.
A cerveja é descrita como “principal destaque” pelo BTG Pactual, que considera o patamar de vendas “resiliente”. Os analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin afirmam que no terceiro trimestre de 2021 a Ambev teve um ambiente favorável de preços e os rivais enfrentaram restrições logísticas e falhas na cadeia de suprimentos.
A projeção mais pessimista para as operações de cerveja no Brasil da Ambev é a do BofA, que estima vendas de 22,77 milhões de hectolitros no trimestre. Os analistas do Bank of America apontam ainda que os custos unitários por litro devem crescer 20% no comparativo anual, pressionando as margens.
A resiliência dos volumes de cerveja e a expansão do segmento NAB são apontados pelos analistas como fatores que devem sustentar o faturamento da Ambev no comparativo anual.
A mediana das projeções indica que a receita líquida da companhia deve somar R$ 20,54 bilhões no terceiro trimestre, alta de 11,1% em relação ao mesmo período de 2021.
Já o lucro líquido da companhia está estimado em R$ 2,8 bilhões, o que representaria recuo de 24,5% ante o resultado de R$ 3,8 bilhões do terceiro trimestre de 2021. As analistas do Credit Suisse afirmam que o resultado reflete os créditos fiscais não recorrentes de R$ 754 milhões apurados no terceiro trimestre deste ano, além dos maiores custos da companhia.
De acordo com Marcella Recchia e Fernanda Sayão, os custos de hedge mais altos no Brasil e na Argentina estão relacionados a perdas com instrumentos derivativos, impactando o lucro da companhia.
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