Após trimestre ‘mais duro’ da história, MRV (MRVE3) vai segurar crescimento

Foco da empresa estava no crescimento, agora o objetivo passa a ser gerar caixa

Veja o que está acontecendo com as ações da MRV - Foto: Bloomberg
Veja o que está acontecendo com as ações da MRV - Foto: Bloomberg

Se até recentemente o foco da MRV (MRVE3) estava no crescimento da empresa, agora o objetivo passa a ser gerar caixa, conseguir desalavancar a companhia e recuperar a margem bruta, afirmou o copresidente Rafael Menin em teleconferência com analistas sobre os resultados do terceiro trimestre, realizada nesta quinta-feira (10).

Entre julho e setembro, a incorporadora apresentou queda de lucro líquido atribuível aos controladores de 99%, em relação ao mesmo trimestre do ano passado, retração de 7,8 pontos percentuais na margem bruta, para 19,3%, e queima de caixa de R$ 1,22 bilhão. “Foi um trimestre extremamente duro, certamente o mais duro da história da companhia”, disse Menin.

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O executivo afirmou ainda que os resultados financeiros são mais uma fotografia do passado do que do presente da companhia, e que tem convicção que estão “no caminho certo”.

A empresa elencou algumas medidas para reverter o quadro. A Urba, loteadora da MRV&Co, deve ter crescimento mais lento e utilizar mais do seu próprio capital para fazer os projetos. Na Luggo, que faz prédios para locação e depois vende os ativos, o crescimento de curto prazo “será sacrificado”, afirmou Menin, enquanto o custo de capital se mantiver elevado, porque impacta demais na queima de caixa da companhia.

A empresa espera ainda que, com uma provável queda de juros no Brasil no próximo ano, os fundos de investimento imobiliário voltem a ser opção de compradores para os ativos da Luggo, ao lado da Brookfield, que tem acordo para comprar as propriedades da marca até 2024.

Sobre a Resia, a subsidiária americana do grupo, responsável pela maior parte da queima de caixa do trimestre, Menin afirmou que a margem bruta de novas vendas que serão realizadas pela empresa virá menor do que a média atual de 40%, por causa do aumento dos juros nos Estados Unidos. A nova margem esperada é de cerca de 25%. “Como não temos despesa comercial com a Resia, equivale a uma margem bruta brasileira de 34%, ainda assim é um retorno elevado”, ressaltou.

Para a operação nacional de incorporação, com MRV e Sensia, o copresidente Eduardo Fisher afirmou que o uso do FGTS futuro nos financiamentos imobiliários, que ainda não entrou em vigor, deverá ser positiva. Segundo ele, as medidas de atualização do Casa Verde e Amarela ajudaram mais na recuperação de preço das unidades do que no volume vendido. Aumentar o valor das unidades é aposta da MRV&Co para melhorar as margens.

Reportagem publicada hoje no Valor afirma que o novo governo deve investir em aluguel social no programa habitacional, que voltará a se chamar Minha Casa, Minha Vida. Menin afirmou que a MRV não tem interesse em entrar no segmento, e reforçou que a empresa também não se interessa em atuar na faixa 1 do programa, se ela voltar a existir.

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