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Tenda (TEND3) reverte lucro e tem prejuízo líquido de R$ 210 milhões no 3º tri
A incorporadora Tenda, que atua no segmento econômico, registrou no terceiro trimestre um prejuízo líquido de R$ 210,4 milhões, ante lucro de R$ 6,4 milhões no mesmo período do ano passado. A companhia divulgou seu balanço há pouco.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Tenda ficou negativo em R$ 131,1 milhões entre julho e setembro, resultado 456% pior do que há um ano, quando foi positivo em R$ 36,8 milhões. A margem Ebitda foi de -22,9%, queda de 28 pontos percentuais.
A receita líquida da incorporadora caiu 8,6% no terceiro trimestre, para R$ 573,2 milhões. Segundo a Tenda, o recuo foi causado pelo “menor andamento de obras e menor volume de repasses no trimestre.
A margem bruta ficou em 4,3%, queda de 16,6 pontos percentuais ante o terceiro trimestre de 2021. Para o diretor financeiro e de relações com investidores da Tenda, Luiz Mauricio Garcia, o trimestre encerrado em setembro representa um ponto de inflexão para a companhia. “Tivemos vários eventos não-recorrentes que aproveitamos para reconhecer nesse trimestre, o que nos dá confiança de que esse foi o vale dos resultados”, afirma. O aumento do preço do concreto foi outro fator que prejudicou a empresa ao longo do ano, diz, porque a exposição da companhia ao material é de 13%, enquanto no índice de inflação da construção (INCC) o peso é de 5%. “Subiu 29% ao longo do ano, é muito expressivo”, afirma.
A margem bruta de novas vendas foi de 30,4% no trimestre, alta de 1,6 ponto percentual ante o trimestre anterior, e chegou a 32,1% em setembro, destaca Garcia. Segundo ele, ainda dá para ampliar as novas margens.
A Tenda apresentou consumo de caixa operacional de R$ 47,6 milhões no trimestre, valor menor do que a queima de R$ 79,2 milhões registrada há um ano. Para Garcia, a empresa deve passar a gerar caixa operacional no ano que vem, mas não é possível precisar o trimestre.
Na parte operacional, a incorporadora reportou queda de 40,6% nos lançamentos, se comparado ao terceiro trimestre de 2021. Foram R$ 376,2 milhões em valor geral de venda (VGV), em cinco empreendimentos.
Para o próximo trimestre e 2023, Garcia projeta uma retomada do ritmo de lançamentos da companhia. “A queda dos lançamentos ocorreu porque estamos revisitando os projetos e adequando-os ao novo cenário de custo, gradualmente devemos voltar a retomar o volume, porque temos landbank robusto”, diz.
Entre julho e setembro, o preço médio da unidade lançada foi de R$ 210,2 mil, alta de 41,2% ante o terceiro trimestre de 2021 e de 5,5% em relação ao trimestre anterior.
“O aumento do preço das unidades deve vir em ritmo menor daqui para a frente, uma vez que a margem começa a chegar em patamar mais saudável”, pondera o diretor financeiro.
As vendas líquidas da Tenda recuaram em proporção similar aos lançamentos. No terceiro trimestre, totalizaram R$ 489,3 milhões, queda de 36,5% ante o mesmo período do ano anterior.
A velocidade das vendas no terceiro trimestre, medida pelo índice de vendas sobre oferta líquida (VSO líquida) foi de 20,3%, queda de 12,7 pontos percentuais em relação ao mesmo intervalo de tempo do ano passado.
A relação dos distratos sobre as vendas brutas ficou em 14,9% ao final de setembro, recuo de 1,4 ponto percentual se comparado com o terceiro trimestre de 2021. O banco de terrenos da Tenda soma R$ 13,9 bilhões em VGV, crescimento de 14,2%.
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