Ibovespa cai quase 1% e dólar fecha a R$ 4,87, com baixa de commodities e exterior negativo

Ações voltam a cair no pregão desta quinta-feira, enquanto mercado aguarda sinais de política monetária do Fed

Ibovespa e dólar: veja o desempenho da bolsa e do câmbio no pregão de hoje - Foto: Amanda Perobelli/Reuters
Ibovespa e dólar: veja o desempenho da bolsa e do câmbio no pregão de hoje - Foto: Amanda Perobelli/Reuters

O dólar subiu e o principal índice da bolsa de valores teve queda de quase 1% nesta quinta-feira (24), devolvendo parte dos ganhos da sessão anterior. Na semana, o Ibovespa avança 1,40%, buscando sustentar recuperação parcial no período, vindo já de quatro recuos na série semanal.

O principal índice da B3 foi pressionado pela baixa dos papéis ligados às commodities metálicas, que acompanharam o desempenho do minério de ferro, e dos bancos.

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No pregão, os investidores repercutiram novos dados de emprego nos EUA, enquanto aguardam pelo discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), durante o simpósio de Jackson Hole, evento anual organizado pelo banco central americano, na sexta-feira (25).

A maior cautela nos mercados americanos ajudou a pressionar a bolsa local. Um sinal de como o mercado americano operou na retaguarda foi o rendimento do Tesouro dos EUA, que subiu nesta quinta.

O rendimento do título do Tesouro de 10 anos subiu cerca de 2 pontos base, para 4,217%, depois de atingir o maior nível em 16 anos na segunda-feira (21).

No fechamento do pregão desta quinta-feira (24), o Ibovespa desceu 0,94%, a 117.025 pontos, perdendo o patamar dos 118 mil pontos, alcançado no dia anterior.  

As ações da Petrobras registraram leve queda, em dia de alta do preço do petróleo: PETR3 caiu 0,08%, e PETR4, queda de 0,43%

Dólar hoje

Simultaneamente, o dólar avançou em relação ao real: alta de 0,51%, a R$ 4,8802. O índice DXY, que mede o comportamento do dólar contra uma cesta de moedas fortes, subia 0,56%, aos 104,00 pontos, por volta de 17h, em Brasília.

Ações em alta na bolsa de valores hoje

As ações de tecnologia se destacaram na bolsa brasileira nesta quinta-feira, 24 de agosto. Os papéis da Desktop, de distribuição de internet, e da Infracommerce, de infraestrutura de rede para e-commerces e marketplaces, estiverem entre as maiores altas do dia.

Mas quem liderou foi a construtora e incorporadora Viver, voltada para empreendimentos de menor valor agregado.

O secretário de Habitação do Ministério da Integração, Hailton Madureira, afirmou que não devem faltar recursos para a Faixa 1 do Minha Casa Minha Vida no ano que vem.

Confira a lista das cinco empresas que mais subiram na bolsa de valores hoje.

  • Viver (VIVR3) +11,40%
  • Infracommerce (IFCM3) +6,50%
  • Desktop (DESK3) +6,47%
  • Alper (APER3) +4,77%
  • Jalles Machado (JALL3)  +4,14%

Ações em baixa

Na ponta inferior da bolsa, predominância de empresas dos setores de infraestrutura e logística. As ações preferenciais e ordinárias da Recrusul foram as que mais perderam nesta quinta.

Sequoia e Azevedo & Travassos também estiveram entre as maiores quedas. Veja as cinco empresas que mais perderam valor no dia.

  • Recrusul (RCSL4) -11,89%
  • Recrusul (RCSL3) -10,10%
  • Sequoia (SEQL3) -7,32%
  • Camil (CAML3) -7,02%
  • Azevedo & Travassos (AZEV4) -5,83%

Os rankings de melhores e piores ações da bolsa de valores têm ações que movimentaram mais de R$ 1 milhão no dia. As cotações foram apuradas após o fechamento, entre as 17h25 e 17h32, mas estão sujeitas a atualizações.

Jackson Hole

Nesta quinta-feira começou o Simpósio de Jackson Hole, nos Estados Unidos. O evento, realizado pelo Fed de Kansas City reúne banqueiros centrais, formuladores de política econômica e economistas do mundo todo.

Jerome Powell, presidente do Fed, deve tomar a palavra na sexta-feira (25). O mercado, que aguarda o discurso previsto para as 11h de Brasília, espera sinalização sobre o futuro da política monetária americana.

Pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos

Os novos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA recuaram de 240 mil na semana anterior (dado revisado nesta quinta-feira, 24, de 239 mil antes informados) a 230 mil, na semana encerrada em 19 de agosto, informou o Departamento do Trabalho. Analistas ouvidos pela FactSet previam 240 mil.

Os pedidos continuados, que saem com uma semana de atraso, caíram 9 mil, a 1,702 milhão, na semana até 12 de agosto, ante previsão de 1,690 milhão dos analistas.

Nvidia tem balanço em destaque

No exterior, destaque também para a Nvidia (NVDC34). A gigante americana produtora de chips teve receita de US$ 13,51 bilhões. A empresa já comunicou que espera uma receita de cerca de US$ 16 bilhões no terceiro trimestre fiscal, podendo oscilar 2% para mais ou para menos.

O desempenho deve ajudar a jogar as bolsas de Nova York para cima nesta quinta.

Bolsas mundiais

As bolsas de Nova York fecharam em queda de 1% após dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) indicarem apoio por juros restritivos no primeiro dia do Simpósio de Jackson Hole, na véspera do discurso do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, no evento. A cautela reverteu o impulso gerado pelo surpreendente balanço da Nvidia.

O índice Dow Jones fechou em queda de 1,09%, aos 34.098,86 pontos; o S&P 500 cedeu 1,35%, aos 4.376,16 pontos; o Nasdaq perdeu 1,87%, aos 13.463,97 pontos. Grandes empresas de tecnologia foram o destaque negativo, entre elas Apple (-2,62%) e Microsoft (-2,15%)

Os mercados acionários da Europa fecharam sem direção única, influenciados por Wall Street, além das incertezas sobre a economia da região, no dia de início do Simpósio Jackson Hole, apontado por analistas como o principal driver até a sexta-feira, 25.

Em Londres, o FTSE 100, subiu 0,18% a 7.333,63 pontos, enquanto o índice DAX, em Frankfurt, fechou em queda de 0,68%, a 15.621,49 pontos. O CAC 40, em Paris, cedeu 0,44%, a 7.214,46 pontos, e o FTSE MIB, em Milão, recuou 0,57%, a 28.072,12 pontos. Já em Madri, o índice Ibex 35 subiu 0,14%, a 9.329,00 pontos. Na Bolsa de Lisboa, o PSI 20 subiu 0,74%, a 6.064,81 pontos. As cotações são preliminares.

Em entrevista à mídia norte-americana em Jackson Hole, o dirigente do BCE e presidente do BC português, Mario Centeno, reconheceu a desaceleração da inflação da zona do euro, mas destacou a necessidade de seguir com o trabalho de arrocho monetário.

Com informações do Estadão Conteúdo

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