Braskem (BRKM5) sai de lucro para prejuízo de R$ 771 mi no segundo trimestre

Resultado negativo foi motivado, segundo a empresa, por retração da demanda no período e instabilidades operacionais

Instalações da Braskem. Foto: Divulgação/Braskem
Instalações da Braskem. Foto: Divulgação/Braskem

A petroquímica Braskem (BRKM5) registrou um prejuízo milionário no segundo trimestre de 2023. A empresa, que nos primeiros três meses do ano havia lucrado R$ 184 milhões, apresentou nesta terça-feira (9) prejuízo de R$ 771 milhões, em perdas atribuídas aos acionistas.

Com isso, a empresa que protocolou relatório contábil na Comissão de Valor Mobiliários (CVM) na fim da noite desta terça-feira, repete uma trajetória vista no ano passado, quando após anotar um lucro de R$ 7,4 bilhões no primeiro trimestre, fechou os três meses seguintes do ano com prejuízo líquido de R$ 1,406 bilhão.

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A Braskem encerrou o ano de 2022 com prejuízo acumulado de R$ 335 milhões.

Motivos para prejuízo da Braskem no segundo trimestre

Agora, neste 2023, o resultado negativo entre os meses de abril e junho foi impactado, segundo a empresa, por retração da demanda no período e instabilidades operacionais. Como efeito, houve redução de 13% no volume de receitas totais de resinas e no volume de vendas de seus principais químicos no mercado brasileiro.

A receita líquida de vendas da Braskem no segundo trimestre totalizou R$ 17,756 bilhões, queda de 30% sobre a receita de R$ 25,411 bilhões em igual período de 2022.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente ficou em R$ 703 milhões no segundo trimestre deste ano, recuo de 82% ante o Ebitda recorrente de R$ 3,927 bilhões no mesmo período de 2022.

A empresa apresentou um consumo de caixa de R$ 655 milhões no trimestre de abril a junho, ante uma geração de caixa de R$ 2,404 bilhões vistos no segundo trimestre de 2022. A empresa justifica os gastos com pagamentos de juros referentes aos títulos de dívida no mercado internacional, investimentos operacionais e estratégicos e “os pagamentos referentes ao evento geológico de Alagoas”.

Programa de compensação de danos ambientais

Desde 2018, a Braskem faz desembolsos em um programa de compensação de danos ambientais em Maceió, capital de Alagoas. No dia 3 de março de 2018, um tremor de terra na cidade causou rachaduras e o afundamento do solo em cinco bairros: Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e em uma parte do Farol. Mais de 55 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas naquele ano.

O abalo foi causado pelo deslocamento do subsolo por conta da extração de sal-gema, um cloreto de sódio que é utilizado para produzir soda cáustica e policloreto de vinila (PVC), pela Braskem, que atuava na região desde 1976. A companhia encerrou a extração do minério na região em 2019. No total, mais de 200 mil pessoas foram afetadas pelo desastre.

Endividamento

A dívida bruta da empresa, em dólares, cresceu 14% em 12 meses, saindo de US$ 8,734 bilhões no segundo trimestre do ano passado para US$ 9,964 bilhões em igual período de 2023.

Em 30 de junho de 2023, o prazo médio do endividamento corporativo era de cerca de 12,7 anos, sendo 57% das dívidas concentradas após 2030. O custo médio ponderado da dívida corporativa da companhia era de variação cambial, acrescido de prêmio de 6% ao ano.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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