IPCA e CPI antecedem decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos
Dados de inflação aqui e lá fora dominam as atenções dos agentes financeiros na semana
Fim do aperto monetário ou novo aumento dos juros nos Estados Unidos? A resposta que os agentes financeiros realmente querem saber vem apenas em 20 de setembro.
Antes, eles esperam os novos dados de inflação americana para assim calibrarem as suas apostas – e isso deve manter os mercados globais voláteis durante a semana.
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A seguir, a Inteligência Financeira apresenta o calendário econômico dos fatos mais importantes (do Brasil também, claro) para acompanhar nos próximos dias.
Inflação lá fora
Seguindo então nos Estados Unidos, o índice de preços ao consumidor de agosto, o conhecido CPI, será divulgado na quarta-feira (13), às 9h30.
A taxa em 12 meses da inflação americana fechou julho em 3,2%.
Mesmo em trajetória de queda, o índice está longe de deixar os dirigentes do Federal Reserve (o banco central americano) confortáveis.
Jerome Powell, presidente do Fed, reiterou em todas as falas desde a última decisão de juros, que ocorreu em julho, que a autoridade monetária vai perseguir o objetivo de levar a inflação de volta à meta de 2%.
“Estamos preparados para aumentar ainda mais as taxas (de juros), se for apropriado”, disse Powell em um de seus discursos, no simpósio de Jackson Hole.
Apesar da declaração dura na ocasião, o presidente indicou que o Fed vai se basear nos números, deixando uma porta aberta para deixar tudo como está.
Assim, se os dados do CPI vierem positivos, os agentes financeiros tendem a consolidar a opinião de que o ciclo de aperto monetário pode acabar.
Caso o indicador revele uma piora dos preços, aí o ambiente nos mercados deve azedar.
Inflação aqui
Falando agora de Brasil, a inflação também será o destaque da semana na agenda. O IPCA de agosto será informado pelo IBGE na terça-feira (12), às 9h.
Pela leitura da prévia (IPCA-15), os preços da energia elétrica e da gasolina devem pressionar o índice geral no mês. Mas os agentes financeiros esperam um alívio nos preços relacionados aos serviços.
Por que isso é importante? O Banco Central tem frisado que esse tem sido o processo desinflacionário mais lento.
Ou seja, a queda desses preços é fudamental para o IPCA convergir à meta, que a partir de 2024 passa a ser de 3% – com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Pelo cenário que está desenhado, o resultado da inflação de agosto não deve mexer nas projeções para a Selic até o fim de 2023.
Vale lembrar que as apostas são de cortes de 0,50 ponto percentual em cada uma das próximas três reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária) até dezembro, o que deve fazer a taxa recuar a 11,75%.
Mas, os dados podem fazer com que os agentes revisem suas previsões para 2024.
E aí a dúvida passa a ser: até quanto os juros podem cair no Brasil?
Calendário Econômico – 11 a 15 de setembro
Segunda (11)
08h25: Boletim Focus (Banco Central)
Terça (12)
09h: IPCA de agosto (IBGE)
Quarta (13)
06h: Produção industrial de julho na zona do euro
09h30: CPI (índice de preços ao consumidor) de agosto nos EUA
16h: Inflação de agosto na Argentina
Quinta (14)
09h: Desempenho do setor de serviços de julho (IBGE)
09h15: Decisão de juros na zona do euro (Banco Central Europeu)
09h30: Vendas no varejo de agosto nos Estados Unidos
23h: Produção industrial, vendas no varejo e taxa de desemprego de agosto na China
Sexta (15)
09h: Vendas no varejo em julho (IBGE)
10h15: Produção industrial de agosto nos Estados Unidos