Semana tem PIB do Brasil no 2º trimestre e dados decisivos para futuro dos juros nos EUA

Na cena política, a expectativa é se o governo vai manter o compromisso de enviar o Orçamento 2024 com meta zero para resultado fiscal

Linha de produção. Foto: José Paulo Lacerda/CNI
Linha de produção. Foto: José Paulo Lacerda/CNI

O desempenho da economia brasileira entre abril e junho de 2023, assim como novas evidências de que os Estados Unidos deverão subir mais os juros estão entre os destaques na agenda dos investidores nesta semana.

A seguir, a Inteligência Financeira apresenta o calendário econômico dos fatos mais importantes para acompanhar nos próximos dias.

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Aqui no Brasil, a virada de mês marca a divulgação do PIB do segundo trimestre de 2023. Os números serão revelados pelo IBGE na sexta-feira (1 de setembro), às 9h.

A expectativa é de que a atividade econômica no país tenha perdido o fôlego na passagem do 1º para o 2º trimestre do ano.

Em relatório, o Itaú Unibanco projeta um crescimento de 0,3% entre abril e junho. Isso depois de o PIB ter avançado 1,9% de janeiro a março, puxado pelo salto de 21,6% da agropecuária.

“Destaque para a contribuição positiva do setor de serviços, que, de acordo com as nossas estimativas, cresceu 0,6% na margem. Já a indústria deve ter se mantido estável no período, enquanto o PIB agropecuário recuou 2,4% na margem, devolvendo parte da forte alta registrada nos primeiros três meses do ano”, aponta o banco sobre o que esperar.

Para o PIB no encerramento de 2023, o Itaú projeta um crescimento de 2,5% – o que representa uma economia andando de lado nos próximos meses.

“Para o segundo semestre do ano, esperamos uma modesta desaceleração do PIB, para 0,1% na margem, puxada pela contribuição negativa do PIB Agropecuário. Nosso indicador diário de atividade aponta para um crescimento moderado da economia nos próximos meses”, acrescenta a instituição financeira.

Orçamento 2024 com déficit zero

Os agentes financeiros olham também na semana para a cena política e as discussões no Congresso.

A principal delas será a apresentação do Orçamento de 2024, elaborado pelo Ministério do Planejamento, de Simone Tebet, que detalha as receitas e as despesas previstas pelo governo para o ano que vem.

Agora, o projeto (PLOA) será enviado até a quinta-feira (31) para apreciação do Parlamento já com base no arcabouço fiscal, que substitui o teto de gastos.

Aprovada na semana passa, a nova regra fiscal limita o aumento das despesas primárias do governo em até 70% do crescimento da receita, dentro do intervalo de 0,6% a 2,5% acima da inflação.

O fato mais aguardado dentro do Orçamento 2024 é se o governo vai encaminhar a proposta com a meta zero para o resultado fiscal.

Ou seja, sem a previsão de estouro das contas públicas.

Ainda no campo político, o mercado vai seguir prestando atenção nas medidas da gestão Lula para melhorar a arrecadação. As mais sensíveis delas, que impactam diretamente nos planos (e no bolso) dos investidores, são as iniciativas de taxação de offshores e de rendimentos no exterior.

Aperto monetário inevitável nos EUA?

O azedume no mercado de ações brasileiro nas últimas semanas é explicado em grande parte pela perspectiva de um novo aumento dos juros nos Estados Unidos. Depois de começar agosto perto de 122 mil pontos, o Ibovespa entra na última semana do mês no patamar de 115 mil pontos.

Isso representa uma queda acumulada de cerca de 5%, o que fez com que o principal índice da bolsa local perdesse metade de sua valorização desde o início de 2023, para pouco mais de 5% de alta.

Sobre o rumo dos juros americanos, a semana traz indicadores primordiais para a decisão de setembro do Federal Reserve (Fed). O primeiro deles, na quarta (30), será a nova leitura do PIB do segundo trimestre do país.

Na quinta, às 09h30, saem os dados de inflação do PCE (Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal), preferidos do Fed para saber a evolução dos preços e captar mudanças no comportamento do consumidores.

Na sexta, também às 09h30, vem o relatório payroll, com números oficiais do mercado de trabalho americano.

Na semana passada, em seu discurso no simpósio de Jackson Hole, o presidente do Fed, Jerome Powell, reforçou o compromisso em levar à inflação à meta de 2% e deixou claro que a autoridade monetária vai subir mais os juros e manter a taxa em patamar elevado “até que o trabalho esteja concluído”.

Por isso, resultados fortes de PCE e payroll indicam um panorama de inflação persistente e tendem a prolongar o viés de baixa do Ibovespa.

Já números mais confortáveis para o Fed devem estimular um rali de ações das companhias negociadas na B3.

Calendário econômico – 28 de agosto a 1 de setembro

Segunda (28)

08h: Sondagem da Construção de agosto (Ibre-FGV)
08h25: Boletim Focus (Banco Central)

Terça (29)

08h: Sondagem da Indústria de agosto (Ibre-FGV)
Sem horário: Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de julho (Ministério do Trabalho)

Quarta (30)

08h: IGP-M de agosto (Ibre-FGV)
08h: Sondagem de Serviços e do Comércio de agosto (Ibre-FGV)
09h30: PIB dos Estados Unidos do 2º trimestre (2ª estimativa)
22h30: PMI Composto e Industrial de agosto na China

Quinta (31)

09h: PNAD Contínua/Taxa de desemprego de julho no Brasil (IBGE)
09h30: Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal (PCE) de julho nos Estados Unidos
22h45: PMI Industrial Caixin de agosto na China

Sexta (1)

09h: PIB do Brasil do 2º trimestre de 2023 (IBGE)
09h30: Payroll (relatório oficial de emprego) de agosto nos Estados Unidos

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