- Home
- Mercado financeiro
- Calendário econômico
- Ata do Copom pode indicar chance de queda mais intensa da Selic ao longo de 2024
Ata do Copom pode indicar chance de queda mais intensa da Selic ao longo de 2024
As decisões de política monetária da semana passada esquentaram as discussões sobre o ritmo de queda da taxa Selic aqui no Brasil e a possibilidade de o Federal Reserve (Fed) iniciar o corte dos juros lá nos Estados Unidos antes do esperado. Agora, a agenda de indicadores e eventos dos próximos dias promete fornecer novos elementos para ambos os debates. Confira a seguir o calendário econômico da Inteligência Financeira.
Queda da Selic
Os juros básicos da economia brasileira fecham 2023 a 11,75% ao ano e com o Banco Central indicando ao menos mais dois cortes de 0,50 ponto percentual nas primeiras reuniões de 2024. Na próxima terça (18), às 8h, o BC divulga a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).
Diante de mais detalhes do que foi discutido no encontro, os agentes financeiros devem calibrar as expectativas de qual será a Selic ao fim do ciclo.
Assim, dois pontos certamente estarão no centro das atenções: se os integrantes do colegiado consideram acelerar o ritmo em algum momento e se a estratégia de não aumentar o passo por ora pode derrubar os juros ainda mais em 2024.
Em linhas gerais: abaixo das atuais estimativas.
Sucessivamente, o BC divulga quinta (20), às 8h30, o Relatório Trimestral de Inflação (RTI). O documento traz mais informações aos especialistas do mercado de como a autoridade monetária tem visto a evolução do cenário econômico.
Entre as considerações estão se o quadro inflacionário tem melhorado (inclusive no longo prazo) e o que tem contribuído para as surpresas positivas do PIB do Brasil.
Fed alimenta otimismo
Prosseguindo no calendário econômico, os mercados globais passaram a ter um viés mais otimista na semana passada, favorecendo a procura por ativos de risco, após o Federal Reserve adotar um tom mais brando e colocar no radar o afrouxamento dos juros nos Estados Unidos.
Consolidou-se aí a posição majoritária dos agentes de que a taxa americana pode começar a cair já em março de 2024, segundo a plataforma de monitoramento do CME Group.
Contudo, o banco central americano segue reforçando a mensagem de que a batalha contra a alta dos preços não está vencida e de que aliviará a sua política apenas com a inflação convergindo à meta de 2%.
Mesmo vendo uma perda de força da atividade econômica e um equilíbrio no mercado de trabalho, os dirigentes do Fed ressaltaram ainda que continuarão dependentes dos indicadores na tomada de decisões.
E a semana tem dois deles: uma nova revisão do PIB do 3º trimestre, na quinta (21), e o PCE (índice de preços de gastos com consumo) de novembro, na sexta, que é o dado de inflação preferido na condução da política monetária.
Recorde do Ibovespa
Caminhando então para a reta final do nosso calendário econômico, essa perspectiva de queda consistente da Selic e corte dos juros nos Estados Unidos ao longo de 2024 levou o Ibovespa ao maior patamar da história.
A manutenção desse cenário favorece os investimentos em ações, que por sua vez tende a fazer o principal índice da bolsa brasileira renovar suas máximas históricas.
Destacamos aqui na Inteligência Financeira um relatório do Itaú BBA de que uma tomada maior de riscos pode embalar o Ibovespa rumo aos 137 mil pontos. Aliás, na visão do banco de investimentos, o índice pode buscar o patamar de 150 mil pontos no ano que vem.
Além do que o BC e o Fed vão fazer daqui para frente, os rumos também dependem da política fiscal do governo federal. Traduzindo: da capacidade de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entregar resultado, equilibrar as contas e zerar o déficit público.
Por fim, esta será uma semana decisiva para Haddad, por ser a última antes do recesso parlamentar de fim de ano. Estão na agenda do Congresso propostas do ministro para aumentar a arrecadação – e ficar mais perto de seus objetivos.
Para ter no radar, deputados e senadores podem votar nos próximos dias, entre outros projetos, a regulamentação das apostas esportivas, a MP da subvenção do ICMS, e principalmente o Orçamento de 2024.
Calendário econômico – 18 a 22 de dezembro
Segunda (18)
08h25: Boletim Focus (Banco Central)
Terça (19)
08h00: Ata do Copom (Banco Central)
10h15: Monitor do PIB de outubro (Ibre-FGV)
22h15: Decisão de política monetária na China
Quarta (20)
09h00: IBC-Br/Índice de atividade econômica de outubro (Banco Central)
Quinta (21)
08h00: RTI/Relatório Trimestral de Inflação (Banco Central)
10h30: PIB do 3º trimestre de 2023 dos Estados Unidos (3ª leitura)
Sexta (22)
08h30: IDP/Investimentos Diretos no País de novembro (Banco Central)
10h30: PCE/Índice de preços de gastos com consumo de novembro nos EUA
Leia a seguir