IPCA-15 e PCE prolongam discussões sobre futuro dos juros no Brasil e nos Estados Unidos

Agenda da semana ainda tem ata do Copom, Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e dados de desemprego no país

Ata do Copom, IPCA-15 de março e PCE de fevereiro nos Estados Unidos são os principais assuntos da agenda do investidor na semana de 25 a 29 de março. Foto: Getty Images
Ata do Copom, IPCA-15 de março e PCE de fevereiro nos Estados Unidos são os principais assuntos da agenda do investidor na semana de 25 a 29 de março. Foto: Getty Images

O calendário econômico de 25 a 29 de março de 2024 tem entre os destaques novos indicadores importantes de inflação. O IPCA-15 de março no Brasil está previsto para a terça (26), enquanto o PCE de fevereiro nos Estados Unidos será divulgado na sexta (29).

Simultaneamente, a agenda do investidor nos próximos dias ainda tem no centro das atenções a ata da última reunião do Copom, na mesma terça da prévia da inflação, e o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que sairá na quinta (28), com as novas estimativas econômicas do Banco Central.

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Logo na sequência, também na quinta, os números oficiais de fevereiro do mercado de trabalho no país ganham protagonismo, não só pelos dados de desemprego em si, mas sobretudo pela evolução da renda do trabalhador brasileiro.

Portanto, como de praxe, todas essas publicações mexem com as expectativas para as próximas decisões de juros de Copom e Fed (Federal Reserve, o banco central americano).

Desde já, antes de entrarmos nos detalhes, vale lembrar que a semana que começa será mais curta, em razão do feriado da Sexta-Feira Santa, que antecede as comemorações de Páscoa.

Fed a conta gotas?

Invertendo um pouco a dinâmica, vamos abrir o calendário econômico tratando de Estados Unidos. Diretamente de lá, o PCE será o foco dos mercado globais. Por que? Afinal, o índice de gastos pessoais é o preferido do Fed para avaliar a dinâmica de inflação no país.

Bem, como vimos na semana passada, o BC americano manteve os juros no intervalo de 5,25% a 5,50% pela quinta reunião seguida. Apesar de prolongar o aperto, a maior parte dos integrantes do comitê que define a taxa manteve a perspectiva de flexibilização, com a chance de três cortes até o fim de 2024.

“Durante a coletiva, o presidente (do Fed), (Jerome) Powell minimizou a piora recente da inflação. Este contexto foi interpretado pelos mercados como sinais de que os cortes ocorrerão, mesmo com números relativamente piores no curto prazo”, destaca o Bradesco em relatório.

Dessa maneira, o banco avalia que a evolução dos dados americanos ainda aponta para um cenário de inflação pressionada, atividade resiliente e mercado de trabalho robusto.

“Assim, uma melhora desse conjunto segue necessária para que as condições para corte se materializem. Mantemos a expectativa de que o ciclo de cortes terá início em junho, com cortes intermitentes ao longo do ano. Mas, neste momento, se há alguma assimetria, é para postergação ou redução desse ciclo”, indica o Bradesco.

O tal do forward guidance

Agora, trazendo os holofotes do calendário econômico para o Brasil, a ata do Copom detalha os motivos que fizeram a autoridade monetária doméstica, além de baixar os juros para 10,75%, sinalizar apenas mais um corte de 0,50 ponto percentual da taxa Selic.

Em suma, essa mudança no forward guidance, ou seja, no comunicação do que deve acontecer nos próximos encontros, foi entendida no mercado como uma decisão que confere mais flexibilidade e cautela ao comitê, não necessariamente afetando o tamanho do ciclo de cortes.

Porém, depois do IPCA-15, do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) e da PNAD Contínua, com os dados de emprego, podemos ver os agentes financeiros revisarem as expectativas para a Selic terminal.

“O Copom optou por obter maior flexibilidade para as decisões a partir de junho. A estratégia faz sentido. Até lá, teremos mais informações sobre três aspectos que serão fundamentais não somente para o ritmo de cortes como também para o ponto terminal do ciclo”, comenta Gabriel Fongaro, economista sênior do Julius Baer Brasil.

“A velocidade de desinflação nas economias desenvolvidas, em particular nos EUA, e a consequência sobre o ciclo de juros. A política fiscal no Brasil – com decisões sobre revisão das metas de primário e contingenciamento de gastos. E a dinâmica da inflação de serviços”, lista Fongaro sobre o que pode afetar os próximos passos da taxa Selic.

Calendário econômico – 25 a 29 de março

Segunda (25)

Sem indicadores relevantes
Balanços: Grupo Soma (SOMA3), Casas Bahia (BHIA3), Rumo (RAIL3) e Minerva (BEEF3)

Terça (26)

08h00: Ata do Copom (Banco Central)
08h25: Boletim Focus (Banco Central)
09h00: IPCA-15/Prévia da inflação de março (IBGE)
Balanços: Rede D’Or (RDOR3), JBS (JBSS3) e CVC (CVCB3)

Quarta (27)

07h00: IGP-M/Inflação do aluguel de março (Ibre-FGV)
Balanços: Cosan (CSAN3), Hapvida (HAPV3) e Marfrig (MRFG3)

Quinta (28)

08h00: Relatório Trimestral de Inflação (Banco Central)
09h00: Taxa de desemprego/PNAD Contínua de fevereiro (IBGE)
Balanços: IRB Brasil (IRBR3)

Sexta (29)

Feriado no Brasil: Sexta-Feira Santa
09h30: PCE/Índice de preços de gastos com consumo de fevereiro nos Estados Unidos

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