Mercado olha dados de atividade econômica, antes de decisões de política monetária
No noticiário corporativo, a WEG abre a temporada de balanços do segundo trimestre no Brasil
O mercado financeiro reabre nesta segunda-feira (17) já repercutindo a divulgação do PIB da China no segundo trimestre de 2023, que avançou 6,3% na comparação anual ante a expectativa de alta de 6,9% no período. O ritmo de crescimento do gigante asiático com o fim da política de covid zero tem frustrado as estimativas dos analistas.
Ao mesmo tempo, o desempenho abaixo do esperado da atividade alimenta rumores de que o governo do país possa tomar medidas de estímulo econômico, sobretudo no setor imobiliário.
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Assim, sinais de que o PIB possa ser vitaminado tendem a ser favoráveis a grande exportadoras brasileiras, como a Vale.
Como está o PIB do Brasil?
Seguindo falando de atividade econômica, agora sobre o Brasil, a semana reserva a divulgação de dois indicadores que são considerados como prévias do PIB. O IBC-Br, do Banco Central, e o Monitor, da FGV.
Os agentes financeiros têm elevado as projeções para o PIB em 2023 para a faixa de 2%. A leitura, no entanto, é de que o crescimento tenha ficado concentrado no primeiro semestre do ano, com a perspectiva de desaceleração na segunda metade do ano.
Vale ficar ligado na performance do agronegócio, que saltou 21,3% no primeiro trimestre, na contagem oficial do IBGE.
Em busca do nome limpo
O que pode mudar em parte os rumos da economia no segundo semestre é o início do Desenrola Brasil, previsto para esta segunda-feira. O programa do governo federal visa a renegociação de dívidas de até 70 milhões de brasileiros.
A primeira etapa prevê a extinção de dívidas de até R$ 100, com potencial de limpar automaticamente o nome de 1,5 milhão de pessoas.
Outro grupo já beneficiado nessa fase é o de pessoas físicas com renda de até R$ 20 mil e dívidas em banco sem limite de valor.
Para essa categoria, os bancos vão oferecer possibilidade de renegociação diretamente com os clientes, por meio de seus canais.
Segundo a SECOM (Secretaria de Comunicação Social), estima-se que essa renegociação beneficie mais de 30 milhões de pessoas.
“Os créditos que podem ser usados na renegociação dessas dívidas totalizam cerca de R$ 50 bilhões. Como estímulo às renegociações, o governo oferece às instituições financeiras um incentivo regulatório para que aumentem a oferta de crédito”, diz a nota.
Além de reduzir a massa de endividados e negativados, o governo acredita em incentivo ao consumo e em queda nas taxas de empréstimos.
A maior economia do mundo
Voltando aos dados econômicos, os Estados Unidos também divulgam nos próximos dias indicadores sobre o varejo e a produção industrial. A economia norte-americana tem demonstrado resiliência mesmo com os juros altos.
Os novos números devem atualizar os prognósticos de uma chance de recessão.
Todos esses dados (aqui e lá fora) devem alimentar debates sobre afrouxamento de política monetária por parte dos bancos centrais.
No Brasil, com o cenário indicando o primeiro corte da taxa Selic no começo de agosto, os agentes políticos querem uma postura mais agressiva do BC. O pedido é de uma queda de 0,50 ponto percentual.
Mas os analistas do mercado financeiro dão como certa uma baixa de 0,25 ponto percentual.
Já nos EUA, tudo pode acontecer por parte do Federal Reserve. A principal aposta, no momento, é de apenas mais um aumento até o fim de 2023, de 0,25 ponto percentual, para a faixa de 5,25% para 5,50%.
Há, porém, dirigentes do Fed que sustentam a necessidade de mais dois aumentos de 0,25 p.p até o encerramento do ano.
Mas, diante do processo desinflacionário, não seria surpreendente se o Fed decidisse manter os juros como estão.
A decisão está prevista para 26 de julho.
Para ficar de olho também
O recesso no Congresso Nacional começa na terça-feira (18) e vai até o dia 31 de julho. Isso significa que Câmara e Senado não votarão mais nenhum projeto relevante até o final do mês.
Apesar disso, os bastidores devem ferver, com potenciais mudanças nos ministérios do governo Lula, para encaixar representantes do Centrão. Os debates da reforma tributária também vão seguir tomando atenção, com especulações sobre mudanças no texto no Senado – e no que pode vir depois, como taxação de dividendos e ajustes na tabela do Imposto de Renda.
Por fim, no noticiário corporativo, a WEG (WEG3) abre a temporada de balanços do segundo trimestre no Brasil. A chamada “fábrica de milionários”, que nunca reportou um prejuízo, divulga seus números na quarta-feira (19), antes da abertura do mercado.
E nos Estados Unidos, onde a temporada já está pegando fogo, são esperados, entre outros, os balanços de Morgan Stanley, BofA, Goldman Sachs, TSMC, Tesla e Netflix.
Agenda da semana – 17 a 21 de julho
Segunda (17)
08h: IGP-10 (Índice Geral de Preços – 10)
8h25: Boletim Focus do Banco Central
09h: IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) de maio
Terça (18)
09h30: Vendas no varejo em junho nos EUA
11h: Produção industrial de junho nos EUA
Quarta (19)
08h: Monitor do PIB de maio da FGV
06h: Índice de preços ao consumidor de junho na zona do euro
Quinta (20)
Sem destaques
Sexta (21)
Sem destaques