Bitcoin tem ‘dia da verdade’ do Fed após subir 39% com aposta em redução do aperto monetário
Maior das criptomoedas, o bitcoin saltou de US$ 16,5 mil para US$ 23 mil em pouco mais de duas semanas em janeiro, à frente dos demais ativos de risco
O bitcoin (BTC) inicia fevereiro na casa de US$ 23 mil com um teste de resistência da política monetária do Federal Reserve, que sinalizará os próximos passos do ajuste nos juros americanos, após subir 39% em janeiro com a aposta de redução no ritmo do aperto financeiro.
Maior das criptomoedas, o bitcoin saltou de US$ 16,5 mil para US$ 23 mil em pouco mais de duas semanas em janeiro, à frente dos demais ativos de risco, com a visão de que o Federal Reserve fará um ajuste na condução das expectativas para evitar um “pouso forçado” da economia sem descuidar do aumento generalizado de preços.
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Perto das 9h30 (horário de Brasília), o bitcoin tinha alta de 0,8%, negociado a US$ 23.102,91, enquanto o ether subia 0,4% para US$ 1.582,85, de acordo com dados do CoinGecko. O valor de mercado conjunto das criptomoedas era de US$ 1,08 trilhão. No Brasil, o bitcoin estava em R$ 117.620,97 (baixa de 0,27%) e o ether, em R$ 8.059 (-0,75%).
Caso essa perspectiva se confirme, a criptomoeda avança mais alguns passos para se tornar uma espécie de indicador antecedente dos mercados de risco, como afirmou no ano passado o investidor veterano Mark Mobius, pelo fato de ser negociada 24 horas por dia durante os sete dias da semana, além de captar o sentimento do investidor pessoa física em relação aos mercados.
Decisão do Fed no radar
Para Ayron Ferreira, chefe de análise da Titanium Asset, o Fed deve confirmar uma alta de 0,25 ponto nos juros, mas os ativos devem ser mais influenciados pelo discurso do presidente Jerome Powell.
“Existe a grande possibilidade de que o discurso de Powell seja ‘hawkish’ [favorável ao aperto], já que o rali recente do mercado de ações trouxe uma falsa impressão de que o Fed pode pivotar em breve. Um pivô não parece ser condizente com a realidade, já que vários membros do Fed disseram que os juros tendem a permanecer alto por bastante tempo e uma flexibilização agora poderia fazer a inflação voltar a se fortalecer”, disse.
Para Ferreira, uma correção nos próximos dias não seria nenhuma surpresa, já que ainda os mercados seguem em meio a um processo de ajuste monetário, aguardando os efeitos e a magnitude de uma possível recessão.
“Descobriremos hoje qual será o próximo aumento da taxa de juros imposta pelo Fed, porém dessa vez é diferente. Caso o aumento venha a ser de apenas 25 bps, provavelmente veremos um ciclo final de trabalho do Fed no combate a inflação”, disse Fernando Pereira, analista da Bitget.
Para Israel Buzaym, sócio da Bitypreço, o bitcoin ainda encontrará resistência nos US$ 24 mil que, se for rompida, abrirá um novo caminho rumo a US 25.300. Por outro lado, ele ainda vê um suporte em torno de US$ 22 mil que, se for perdido, pode buscar a região de US$ 20.200.
“Podemos estar vendo o início de um novo movimento, mas o cenário macroeconômico ainda é desafiador, com demissões em massa nas bigtechs e análises fundamentalistas mostrando que ainda podemos ver mais crises na renda variável”, disse.