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Bitcoin tem ‘congestionamento’ na rede e perde os US$ 28 mil
O bitcoin (BTC) iniciou a semana em forte baixa em meio a um congestionamento inédito da rede de blockchain da maior das criptomoedas. O movimento, que segue o terceiro dia seguido, levou a moeda digital a ser negociada abaixo de US$ 28 mil pela primeira vez em duas semanas.
O congestionamento se deve a experimentos com tokens e NFTs (tokens não fungíveis) para os quais a rede não foi inicialmente projetada, o que provoca uma espécie de fila de espera para a autenticação de novos blocos.
Segundo André Franco, chefe do Research do MB, mais de 500 transações estavam em espera nesta manhã, o que provocou uma inflação nos custos em benefício dos mineradores. As transações não saem por menos de US$ 16.
Impactos do congestionamento
Franco destaca que o congestionamento da rede em si não implica na desvalorização da criptomoeda. “O bitcoin em seu terceiro dia de queda não é um reflexo direto desse congestionamento. O congestionamento da rede de forma artificial não acaba impactando os preços de forma positiva ou negativa. O minerador é que acaba recolhendo mais taxa”, disse.
Segundo Ayron Ferreira, analista-chefe da Titanium Asset, o congestionamento pode estar ligado a novos tipos de transações, envolvendo inscriptions do protocolo Ordinals, que após a atualização Taprrot permitiu a criação de contratos inteligentes mais complexos e a criação de tokens não fungíveis e outros tipos de tokens, chamados BRC-20, na rede do bitcoin.
“Essa maior demanda por espaço no bloco no final de semana fez com que as taxas de transações subissem acima da média. Isso é bom para os mineradores, que acabam tendo mais lucro com suas atividades”, disse.
“Além disso, essa alta demanda pode impulsionar a adoção pela Lightning Network, solução de segunda camada criada justamente para permitir altos volumes de transações, com baixo custo e velocidade muito acima da camada principal do bitcoin”, completou.
Segundo Ferreira, a Binance já anunciou que irá integrar a Lightning Newtork para evitar problemas com congestionamento da rede, o que é algo positivo para o mercado.
Cotações
Perto das 9h30 (horário de Brasília), o bitcoin tinha baixa de 3,7%, cotado a US$ 27.865,30, e o ether reuava 2,6% a US$ 1.860,17, conforme dados do CoinGecko.
O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo era de US$ 1,2 trilhão.
Em reais, o bitcoin se desvalorizava em 3,87% a R$ 139.265,85, enquanto o ether registrava perdas de 2,92% a R$ 9.300,10, de acordo com valores fornecidos pelo MB.
Indicadores da semana
Para essa semana, os principais indicadores ficam por conta de dados de inflação nos EUA, que serão um importante termômetro para saber como se comportaram os preços em abril e medir o impacto da política monetária do Federal Reserve.
Franco pontua que nos dados on-chain houve acúmulo de 24 mil bitcoin no final de semana pelos investidores de longo prazo (LTH). No Ethereum, a rede teve saldo negativo de 17 mil ETH retirados do staking nas últimas 24 horas.
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