Bitcoin e ether iniciam semana em baixa com atenção voltada para regulação e inflação
Na semana passada, a CVM dos EUA sinalizou que pode banir o o produto de staking de criptoativos da Kraken, o que pesou contra o Ether
Bitcoin (BTC), ether (ETH) e as principais criptpmoedas iniciaram a semana em baixa, após um final de semana sem grandes oscilações, com as atenções voltadas mais uma vez para iniciativas de regulação nos EUA, além de indicadores de inflação e atividade econômica.
Na semana passada, a SEC (CVM dos EUA) considerou valor mobiliário o produto de staking de criptoativos da Kraken, sinalizando que pode banir o serviço oferecido pelas corretoras de ativos digitais nos EUA. O staking confere uma remuneração para o detentor de token que colocá-lo a serviço de terceiros em aplicações na blockchain, como a própria autenticação das transações.
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Ether acumula 9% de queda
A iniciativa pesa sobre o ether, moeda nativa da rede Ethereum, que se tornou popular no staking depois da atualização de setembro do ano passado que eliminou os mineradores do processo de autenticação dos blocos.
A segunda maior das criptomoedas perdeu o patamar de US$ 1.500 nesta segunda, voltando a ser negociada em cerca de US$ 1.480, com desvalorização de 9% nos últimos sete dias.
Cotação do bitcoin
Perto das 9h10 (horário de Brasília), o bitcoin tinha baixa de 1,4% nas últimas 24 horas, negociado a US$ 21.619,39 e o ether, de 3,2%, a US$ 1.486,20, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo era de US$ 1,04 trilhão.
Em reais, o bitcoin tinha perdas de 1,24% a R$ 113.613,09 e o ether recuava 2,75% a R$ 7.817, de acordo com valores fornecidos pelo MB.
Inflação americana no radar
Nesta terça, sai o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA referente ao mês de janeiro, algo que pode animar o mercado se vier abaixo do esperado. O dado sai às 10h30 (horário de Brasília).
No mesmo dia haverá discursos do presidente do Federal Reserve de Dallas, Lorie Logan e do presidente do Fed de Nova York, John Williams.
André Franco, chefe do Resarch do MB, alerta para mais um dia agitado nesta terça com a divulgação do CPI de janeiro.
“Isso porque, os dados da inflação americana serão atualizados e se vierem dentro da expectativa, poderemos ter mais um alívio nos ativos de risco”, disse.
Na avaliação da Bybit, o CPI pode favorecer um movimento de recuperação dos preços do bitcoin, que podem tentar o rompimento de US$ 25 mil.
Narrativa otimista
“Diversos dados on-chain corroboram uma narrativa otimista. O primeiro deles vem dos mineradores de bitcoin que, depois de meses repensando suas atividades, registram em janeiro um aumento na produção de BTCs mineradores, o que indica novos investimentos em equipamentos e estrutura”, disseram os analistas da casa.
A Bybit, sustenta que os últimos dados da consultoria Glassnode apontam que os mineradores estão novamente acumulando bitcoin, o que pode diminuir a oferta e reforçar o otimismo, sem falar que nunca a criptomoeda registrou dois anos seguidos de baixa.
“Também estamos em um ano que antecede o halving, acontecimento que historicamente gera um grande hype antes de sua efetivação e um novo bull run após sua implementação. Tem sido assim nos último oito anos.”
Caso Kraken e Binance
Para a Bybit, o caso da Kraken e o processo contra a Paxos, emissora de stablecoin da Binance, podem ter ampla repercussão em todo o ecossistema cripto.
“Os serviços de staking em exchages centralizadas nos EUA respondem por uma fatia importante no TVL do mundo cripto e uma ‘stop order’ em todos eles certamente irá afetar o ânimo dos investidores e deve encher o mercado de varejo de vendedores. Já no caso da Paxos pode não agradar os diversos clientes da empresa em seu serviço crypto-as-a-service e isso inclui Nubank e Mercado Pago”, disseram os analistas.