Citi encerra aposta otimista com real após reação tímida dos mercados a cortes de gastos do governo

Entre os fatores externos que pesam contra o real está a queda de preços de commodities em meio aos negócios ligados à perspectiva de vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais americanas, em novembro

O Citi encerrou posições otimistas no câmbio doméstico, que apostavam, via opções, na valorização do real contra o dólar e contra o euro nesta sexta-feira, diante da avaliação de que houve apenas uma melhora tímida no câmbio e nos outros mercados locais após o anúncio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de congelamento de R$ 15 bilhões em despesas para cumprir o arcabouço fiscal.

Além disso, o ambiente global apresenta fatores estruturais que enfraqueceram o real, na visão dos estrategistas do banco americano.

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Em relatório assinado por Ivan Riveros, Juan Andres Paez e Luis Costa, o Citi revela que esperava um valor de contenção de gastos maior que os R$ 15 bilhões anunciados, montante que será insuficiente para atingir o limite inferior da meta fiscal de 2024, de déficit primário de 0,25% do PIB.

“Sem cortes de gastos mais concretos do governo que fariam a noção da meta fiscal mais viável, em um ambiente global que continua a mostrar termos de negociação mais fracos para o real que achamos que podem continuar, decidimos fechar a nossa posição”, dizem os estrategistas.

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O Citi mantinha posições compradas em real contra dólar e euro via contratos a termo (NDFs) de um mês. A posição foi encerrada por volta de 11h45 (de Brasília), quando o dólar à vista estava em R$ 5,54 e o euro, em R$ 6,04. O banco teve um prejuízo de 1,96%.

Entre os fatores externos que pesam contra o real está a queda de preços de commodities em meio aos negócios ligados à perspectiva de vitória do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais americanas, em novembro.

Na avaliação dos profissionais, a moeda brasileira é particularmente afetada pelo recuo do minério de ferro e dos preços da soja.

Os estrategistas ainda estimam que, com os temores fiscais no Brasil, outras moedas latino-americanas parecem mais atraentes que o real para operações de “carry-trade” em um cenário de desaceleração econômica e inclinação da curva de juros nos Estados Unidos.

Quando a economia americana de fato mostrar sinais de fraqueza, será um sinal claro para o Citi encerrar posições em emergentes a favor da segurança do dólar, diz o relatório.

Com informações do Valor Econômico

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