Deutsche Bank vê potencial de apreciação do real, mas continua a esperar que dólar siga acima de R$ 5

Para analistas do banco alemão, a perspectiva para o balanço de pagamentos segue benigna e a orientação da política monetária se tornou mais favorável, apesar dos ruídos recentes na condução dos juros à frente

Lado a lado, cédulas de dólar e real, moedas de Estados Unidos e Brasil, respectivamente. Foto: Getty Images
Lado a lado, cédulas de dólar e real, moedas de Estados Unidos e Brasil, respectivamente. Foto: Getty Images

Embora tenha sido a moeda com pior desempenho na América Latina no recente rali dos mercados emergentes, o real tende a se recuperar, mesmo que parcialmente, na avaliação dos estrategistas do Deutsche Bank. Eles veem espaço para uma apreciação do câmbio doméstico, mas continuam a esperar que o dólar permaneça acima de R$ 5,00 e que o euro continue acima de R$ 5,35, com a política fiscal como o principal risco para o comportamento do real.

Em nota enviada a clientes, os estrategistas Drausio Giacomelli e JP Schuchter e o economista Francisco Campos apontam que o posicionamento técnico no real é leve, especialmente quando comparados a outras moedas da América Latina de alto rendimento (“high yield”), como os pesos mexicano e colombiano. Além disso, eles lembram que a perspectiva para o balanço de pagamentos segue benigna e a orientação da política monetária se tornou mais favorável, apesar dos ruídos recentes na condução dos juros à frente.

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“O carry aumentou, embora a volatilidade também tenha aumentado”, apontam os profissionais do Deutsche Bank. Eles, ressaltam que tanto o carry quanto a volatilidade estão se movendo em linha com os pares, como o peso mexicano, “e permanecem perto das mínimas depois de subirem apenas de 1 a 1,5 ponto no curto prazo”.

Apesar da perspectiva positiva, os estrategistas lembram que o fluxo financeiro tem sido a principal resistência à apreciação da moeda “e, provavelmente, permanecerá forte”. “No entanto, já estavam atingindo máximas históricas antes mesmo da votação dividida [no Copom] e o fluxo comercial tem sido suficientemente forte para compensar, de forma geral, as saídas pela conta financeira”, ressaltam os profissionais do Deutsche, ao apontarem que o principal risco para o real está na política fiscal, embora tenha apresentado números correntes mais fortes que o esperado.

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Com informações do Valor Pro, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico

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