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Governo Milei anuncia venda de dólares no câmbio paralelo argentino
O Banco Central da Argentina venderá dólares americanos nos mercados paralelos de câmbio do país a partir de segunda-feira (15).
Segundo o ministro da Economia do país, Luis Caputo, a medida será “um aprofundamento do arcabouço monetário.”
Caputo e o presidente Javier Milei começaram a detalhar uma nova estratégia neste sábado, buscando conter a crescente diferença entre a taxa de câmbio oficial da Argentina e as taxas não oficiais, como o dólar blue, negociadas nos mercados paralelos.
Dessa forma, a taxa oficial do peso é de 919 por dólar devido aos controles cambiais.
Enquanto isso, uma das principais taxas paralelas, o chamado dólar blue, fechou na sexta-feira a 1.405 pesos argentinos por dólar.
Caputo, em um evento no estado americano de Idaho junto com Milei, disse que o BC argentino venderá dólares no mercado paralelo, também chamado de CCL (contado con liquidación), para compensar a emissão de pesos pela compra de dólares na taxa de câmbio oficial.
“Se o Banco Central comprar dólares no mercado oficial de câmbio, a emissão equivalente de pesos será anulada pela venda de dólares equivalentes no mercado de contado con liquidación”, escreveu Caputo na rede social X.
Reservas internacionais
Essas medidas dificultarão a capacidade do BC de acumular reservas estrangeiras, necessárias para suspender os controles em algum momento.
Além disso, vão dificultar o pagamento de US$ 44 bilhões (cerca de R$ 240 bilhões) ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
Funcionários do governo já projetam que o BC argentino perderá US$ 3 bilhões (cerca de R$ 16,3 bilhões) em reservas no terceiro trimestre.
Após reconstruir rapidamente as reservas esgotadas deixadas pelo governo anterior no início do ano, a instituição tem lutado para acumular reservas no mesmo ritmo.
Simultaneamente, exportadores vendem menos no exterior, expressando preocupação de que a moeda esteja muito valorizada.
Em entrevista ao canal de notícias do La Nación neste sábado (13), Milei prometeu lutar contra a inflação enquanto mantém um equilíbrio fiscal:
A inflação mensal acelerou levemente em junho pela primeira vez desde que Milei assumiu o cargo, em 10 de dezembro de 2023.
A inflação anual de 272% é uma das mais altas do mundo e está bem dentro do território de crise.
Com informações do Valor Econômico
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