C&A diminui ritmo de aberturas de lojas e vê cenário difícil para o consumo

Lucro da varejista avançou quase 40% no 4º trimestre de 2022

Foto: Divulgação
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A C&A (CEAB3) registrou lucro líquido de R$ 212,9 milhões no quarto trimestre de 2022, o que representa alta de 37,9% em relação ao mesmo período de 2021. Entre janeiro e dezembro o lucro foi de R$ 800 mil, tombo de mais de 99% ante o lucro de R$ 329 milhões de 2021.

A receita líquida avançou 4,7% no comparativo trimestral, para R$ 1,95 bilhão. No acumulado do ano, o crescimento foi de 20%, para R$ 6,18 bilhões.

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A receita do último trimestre foi composta quase em sua totalidade pelo faturamento com mercadorias, que avançou 2,5% e somou R$ 1,88 bilhão. No recorte das mercadorias, a receita de vestuário avançou 2,9%, para R$ 1,65 bilhão, enquanto o fashiontronics e beleza somou R$ 232,1 milhões em vendas, leve ganho de 0,3% no comparativo anual.

Já o segmento de serviços financeiros, que também compõe a receita líquida total, saltou 149,2% e alcançou receita de R$ 62,8 milhões. De acordo coma companhia, a C&A Pay emitiu mais de 600 mil cartões no último trimestre, alcançando pouco menos de 2,6 milhões de cartões desde sua criação, em 2021.

A receita bruta digital foi de R$ 396,7 milhões, alta de 54,7% no comparativo anual. O indicador considera o marketplace Galeria C&A e a operação omnicanal.

O Ebitda entre outubro e dezembro somou R$ 481,3 milhões, avanço de 32,6%, enquanto o Ebitda anual cresceu 40,6%, para R$ 910,1 milhões.

No critério ajustado, considerando outras receitas operacionais líquidas, receita financeira de fornecedores, recuperação de créditos fiscais e pagamentos relativos ao arrendamento mercantil, o Ebitda trimestral ficou em R$ 364,3 milhões, alta de 20,1%, com margem de 18,7%, ganho de 2,4 pontos percentuais no comparativo trimestral.

As despesas operacionais, desconsiderando depreciação e amortização, somaram R$ 497,2 milhões, queda de 7,1% em relação ao montante de despesas equivalentes em 2021.

Os investimentos da C&A somaram R$ 110,8 milhões no último trimestre, 68,1% abaixo do período correspondente de 2021.

O nível de alavancagem, medido pela razão entre a dívida líquida e o Ebitda dos últimos doze meses, ficou em 0,9 vez. Ao final de 2021, o índice era de 1,3 vez.

Por que a C&A está abrindo menos lojas?

A C&A afirma que a queda de 45% nos investimentos ao longo de 2022, com o objetivo de preservar caixa, reflete uma “disciplina na abertura de lojas” por parte da companhia. A varejista destaca que o ano passado foi marcado por “um ambiente macroeconômico e de consumo difícil”, e que as perspectivas ainda são incertas para 2023.

No último trimestre, a única loja aberta foi no Shopping Boulevard Rio, no Rio de Janeiro. Ao final do ano passado, a C&A contava com 332 unidades, das quais 17 foram inauguradas em 2022. O portfólio reflete ainda o fechamento de 4 lojas.

De acordo com a companhia, este ano também deve ser caracterizado pela “abertura limitada” de novas unidades.

Por outro lado, a C&A destaca que as vendas por WhatsApp contribuíram para uma melhor rentabilidade. Com estoques disponíveis já nas lojas, os custos com entregas são menores e o fluxo de clientes aumenta com a retirada das mercadorias.

A margem bruta de mercadorias em 2022 ficou em 49,1%, ganho de 3,3 pontos percentuais em relação a 2021 e em patamar superior ao pré-pandemia, de acordo com a C&A.

A Inteligência Financeira é um canal jornalístico e este conteúdo não deve ser interpretado como uma recomendação de compra ou venda de investimentos. Antes de investir, verifique seu perfil de investidor, seus objetivos e mantenha-se sempre bem informado.


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